Agentes da Polícia Federal (PF) cumprem, nesta manhã de quinta-feira (3/8), nove mandados de prisão preventiva, um de prisão temporária, três de condução coercitiva e dezoito de busca e apreensão, em mais um desdobramento da Lava-Jato no Rio de Janeiro. Um dos alvos da operação batizada de "Rio, 40 graus" é o ex-secretário municipal de obras do Rio na gestão de Eduardo Paes (PMDB), Alexandre Pinto. Ele foi preso em casa, em um condomínio da Taquara, na Zona Oeste.
[SAIBAMAIS]Esta nova fase da Lava-Jato no Rio ocorre a partir de investigações do Ministério Público Federal (MPF) e mira na gestão municipal. A investigação, que também conta com o apoio da Receita Federal, aponta a existência de um esquema criminoso envolvendo o pagamento de propina a servidores públicos nas esferas municipal e federal, por meio de serviços fictícios de advocacia e entregas de valores em espécie desviados das obras do BRT Transcarioca e do Programa de Despoluição da Bacia de Jacarepaguá. Pela primeira vez, a força-tarefa da Lava-Jato mira contratos da Prefeitura do Rio.
R$ 30 milhões em propinas
As investigações, iniciadas há cerca de quatro anos, indicam a participação de servidores públicos municipais no grupo criminoso. Há indícios de que ao menos R$ 30 milhões em propinas foram pagos em obras da Transcarioca, que custou quase R$ 2 bilhões aos cofres públicos. Os presos serão indiciados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
No total, 76 agentes federais foram às ruas para cumprir as ordens expedidas pela 7; Vara Federal Criminal (RJ). As ações ocorreram no bairros de Recreio, Centro, Copacabana, Botafogo, Vila Isabel, Barra da Tijuca, Tijuca, Rocha, Jacarepaguá - na capital carioca; e nos bairros de Boa Viagem, Icaraí, São Francisco, Itaipu, Fonseca, Camboinhas - no município de Niterói. Também foram cumpridos mandados em São Paulo (SP), Recife (PE) e Petrolina (PE).