Agência Estado
postado em 10/08/2017 15:53
O presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto Souza (PMDB-MA), aceitou uma denúncia contra o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) por quebra de decoro parlamentar. O pedido é para que o colegiado analise se cabe punição ao petista por causa de sua conduta na reunião anterior, quando interrompeu a sessão em curso. Na ocasião, Lindbergh discutiu, exaltado, com o próprio presidente da comissão, acusando-o de estar desmoralizado por ter arquivado uma representação contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), investigado na Operação Lava-Jato. A confusão quase terminou em agressão física quando outros senadores interferiram em defesa de João Alberto. O senador Sérgio Petecão (PSD-AC) chegou a desferir golpes no ar, sem, no entanto, atingir o petista.
A denúncia contra Lindbergh é assinado pelo senador José Medeiros (PSD-MT), um dos que discutiu com Lindbergh na reunião da terça-feira (8/8). Segundo o presidente do conselho, há indícios de quebra de decoro e o conselho deve analisar o caso. O próximo passo é o sorteio do relator, que ocorrerá na próxima sessão do conselho, ainda sem data marcada. Procurada pela reportagem, a assessoria de Lindbergh não havia se manifestado até a publicação da reportagem.
O senador Lindbergh Farias definiu a denúncia como "um absurdo". Segundo ele, o objetivo é prejudicá-lo por ter manifestado revolta com a tentativa de punir seis senadoras que ocuparam a Mesa Diretora do plenário com o objetivo de impedir a votação da reforma trabalhista, no mês passado. A representação ao Conselho de Ética foi feita, à época, pelo senador José Medeiros (PSD-MT), mesmo que protocolou a denúncia contra o petista.
"Não me surpreende que o autor de ambas as denúncias seja o mesmo senador. Mas me escandaliza que o Conselho de Ética do Senado, que arquivou a denúncia contra Aécio Neves, se mobilize para punir a defesa intransigente de princípios, ao mesmo tempo em que faz vista grossa para denúncias gravíssimas de enriquecimento ilícito, ameaças de morte e malas de dinheiro", disse Lindbergh.