Agência Estado
postado em 06/09/2017 13:43
Principais auxiliares do presidente Michel Temer no Palácio do Planalto, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) minimizaram nesta quarta-feira (6/9), a investigação aberta pelo procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, para apurar possíveis irregularidades e omissões na delação de executivos do grupo J, que atingiu Temer. Segundo os ministros, o tema não deve ser tratado no âmbito político, mas, sim, como um fato jurídico.
Na segunda-feira (4/9), Janot determinou a abertura de investigação que pode levar à rescisão do acordo de delação do empresário Joesley Batista e de mais dois executivos do grupo J: Ricardo Saud e Francisco de Assis Silva. A decisão foi tomada com base em áudio de conversa entre Joesley e Saud entregue à PGR em 31 de agosto.
A conversa revelaria o que Janot chamou de indícios de "crimes gravíssimos" envolvendo Marcelo Miller, ex-procurador que deixou a PGR e foi trabalhar no escritório de advocacia que negociou a leniência da J.
"Essa questão será tratada como um problema legal, Mariz (advogado de defesa de Temer, o criminalista Antônio Claudio Mariz de Oliveira), está acompanhando", disse Moreira em entrevista coletiva após evento de filiação do senador Fernando Bezerra (PE) ao PMDB. Para ele, os novos fatos envolvendo a delação dos executivos do grupo devem ser tratados com "tranquilidade" e não podem ser vistos como um fato político, mas, sim, jurídico.
Padilha foi na mesma linha de Moreira e disse que o advogado de Temer é quem dirá como o presidente vai se posicionar em relação ao fato. "Não cabe ao governo fazer avaliações. A advocacia do presidente é quem vai dizer como ele vai se posicionar", afirmou o ministro-chefe da Casa Civil.
De acordo com ele, Temer "esteve e está muito tranquilo" em relação à delação do grupo J. O acordo embasou a primeira denúncia por corrupção passiva da PGR contra Temer, a qual foi arquivada pela Câmara.