Agência Estado
postado em 06/09/2017 21:21
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira, 6, em nota divulgada pela assessoria, que é "lamentável" que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, proponha agora a abertura de uma nova ação penal "sem qualquer fundamento", 24 horas depois de anunciar uma outra "infundada denúncia" contra ela e dirigentes do PT por organização criminosa.
Dilma afirmou que chama a atenção o fato de a abertura dessas ações ter sido proposta em rápida sequência, "no exato momento em que situações indevidas envolvendo delações premiadas vieram a público e estarrecem a sociedade brasileira". Ela disse ainda que é "espantoso que a nova denúncia se baseie em provas ilegais e nulas, fruto de reconhecida situação abusiva em que conversas da presidenta eleita Dilma Rousseff foram indevidamente interceptadas, divulgadas e descontextualizadas na interpretação do seu real conteúdo".
De acordo com Dilma, "afronta-se com isso a Constituição e as próprias decisões do STF, que reconheceram a abusividade com que tais provas foram coletadas". Segundo a ex-presidente, é "curiosa a inversão de papéis". "Os que praticam abusos de direitos e vazamentos ilegais de informações recobertas pelo sigilo legal não são sequer investigados e seus delitos punidos", disse, no comunicado.
"Os que são vítimas destas situações abusivas e ilícitas, ao ver do procurador-geral da República, devem ser transformados em réus de uma ação penal", declarou também. Dilma afirmou acreditar na Justiça e que a verdade será restabelecida nos autos dos processos e na História.
A nota divulgada pela ex-presidente:
Sobre a segunda denúncia da PGR
Sobre a apresentação de nova denúncia contra Dilma Rousseff, Luiz Inácio Lula da Silva e Aloizio Mercadante - por obstrução de Justiça -, a Assessoria de Imprensa da Presidenta eleita Dilma Rousseff informa:
1. É lamentável que o chefe do Ministério Público Federal, 24 horas depois de anunciar uma infundada denúncia contra dois ex-presidentes da República e dirigentes do PT por organização criminosa - sem provas ou indícios, baseado exclusivamente em delações sem base factual -, venha propor agora a abertura de uma nova ação penal também sem qualquer fundamento.
2. Chama atenção o fato de que a abertura destas ações tenha sido proposta, em rápida sequência, no exato momento em que situações indevidas envolvendo delações premiadas vieram a público e estarrecem a sociedade brasileira.
3. É espantoso que a nova denúncia se baseie em provas ilegais e nulas, fruto de reconhecida situação abusiva em que conversas da presidenta eleita Dilma Rousseff foram indevidamente interceptadas, divulgadas e descontextualizadas na interpretação do seu real conteúdo. Afronta-se com isso a Constituição e as próprias decisões do STF, que reconheceram a abusividade com que tais provas foram coletadas.
4. É curiosa a inversão de papéis. Os que praticam abusos de direitos e vazamentos ilegais de informações recobertas pelo sigilo legal não são sequer investigados e seus delitos punidos. Os que são vítimas destas situações abusivas e ilícitas, ao ver do procurador-geral da República, devem ser transformados em réus de uma ação penal.
5. A presidenta eleita Dilma Rousseff acredita na Justiça. A verdade será restabelecida nos autos dos processos e na história