postado em 07/09/2017 20:39
No depoimento de quase três horas que prestou nesta quinta-feira (7/9) à Procuradoria-Geral de República (PGR), o empresário Joesley Batista, dono do frigorífico JBS, negou que tenha sido orientado pelo ex-procurador Marcelo Miller a gravar conversa com o presidente Michel Temer.
Hoje advogado, Miller integrava a força-tarefa da operação Lava-Jato no Ministério Público Federal (MPF) quando a gravação, que motivou uma denúncia contra Temer barrada pela Câmara dos Deputados, foi feita. A suspeita de que Miller orientou a gravação, o que configuraria investigação do presidente sem autorização do Supremo Tribunal Federal, surgiu depois da entrega, à PGR, de áudios em que Joesley e o executivo Ricardo Saud não parecem perceber que estão gravando a si próprios.
A gravação também levantou suspeitas de que os empresários, ao negociarem a delação premiada com a PGR, omitiram informações. Por isso, Joesley e Saud, além do advogado Francisco de Assis e Silva, foram convocados a prestar depoimento nesta quinta-feira. Joesley também negou, à subprocuradora Cláudia Marques, que tomou o depoimento, ter entregado o áudio sem querer.
Marques é a responsável por analisar se o acordo de delação firmado com os executivos do grupo J deve ser revisto ou anulado. Há expectativa de que o procurador-geral Rodrigo Janot, apresente uma decisão já nesta sexta-feira, dia de Marcelo Miller prestar depoimento.