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Presidente da JBS, Wesley Batista é preso pela Polícia Federal em São Paulo

A ordem de prisão ocorre em investigação sobre uso de informações privilegiadas pelos irmãos Batista e empresas do grupo para lucrar no mercado financeiro antes de divulgação de gravações

[SAIBAMAIS]A PF também cumpriu dois mandados de busca e apreensão. A JBS e controladores teriam comprado cerca de U$ 1 bilhão às vésperas da divulgação da gravação e da venda de R$ 327 milhões em ações da JBS durante seis dias do mês de abril. As transações, conhecidas como "insider trading" ocorreram entre abril e 17 maio de 2017, data de divulgação de informações relacionadas a acordo de colaboração premiada firmado por ambos os presos e a Procuradoria Geral da República (PGR).

A 1; fase foi deflagrada em 9 de junho quando foram cumpridos três mandados de busca e apreensão e quatro mandados de condução coercitiva. "Após a deflagração da primeira fase da operação, com intensa cooperação institucional com a Comissão de Valores Mobiliários, policiais federais analisaram documentos, ouviram pessoas e realizaram perícias, trazendo aos autos elementos de prova que indicam o cometimento de crimes e apontam autoria aos dois dirigentes das mencionadas empresas;, disse a PF em nota.

O advogado que representa Joesley e Wesley Batista, Pierpaolo Cruz Bottini, classificou a ação policial de injusta e lamentável, já que eles sempre se mostraram à disposição da Justiça. "Sobre a prisão dos irmãos Batista no inquérito de insider information, é injusta, absurda e lamentável a prisão preventiva de alguém que sempre esteve à disposição da Justiça, prestou depoimentos e apresentou todos os documentos requeridos. O Estado brasileiro usa de todos os meios para promover uma vingança contra aqueles que colaboraram com a Justiça", escreveu.

Encarcerados

O empresário Joesley Batista e o executivo da JBS Ricardo Saud foram presos no domingo (10/9), por decisão do relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin. A prisão temporária, determinada pelo ministro Fachin, ocorreu para garantir o andamento das investigações.

No despacho, o magistrado apontou que existem indícios de que o acordo de delação premiada sofreu interferência do ex-procurador da República Marcello Miller, algo irregular. Ele destacou ainda que, ;nos documentos apresentados pelo MPF, existem indícios suficientes de que os colaboradores (Joesley e Ricardo Saud) omitiram informações durante depoimentos; prestados no âmbito de um acordo de delação premiada. Apesar de ter sua prisão solicitada pelo Ministério Público Federal (MPF), Miller não foi detido. Para Fachin, faltam provas que atestem sua participação nos atos criminosos.