Guilherme Mendes - Especial para o Correio
postado em 13/09/2017 21:55
Uma manifestação pacífica, promovida no início da noite desta quarta-feira (13/9) reuniu cerca de 80 trabalhadores da Casa da Moeda na Câmara dos Deputados e acabou em tumulto depois de confronto com a polícia legislativa. Segundo os organizadores do protesto, três pessoas ficaram feridas, e centenas foram atingidas pelo gás de pimenta lançado no Anexo IV da Casa.
Segundo as lideranças da manifestação, todos os presentes eram funcionários da Casa da Moeda no Rio de Janeiro e vieram à Brasília para debater o processo de privatização do órgão em uma audiência pública na Câmara dos Deputados ; a proposta do governo é de desvincular o órgão do Banco Central. Após a audiência, os manifestantes promoveriam "uma caminhada simbólica, de braços dados, com o deputado Glauber Braga [PSOL-R], rumo ao Salão Verde", informou o vice-presidente do Sindicado Nacional dos Moedeiros, Roni da Silva Oliveira.
A movimentação pelos corredores da Câmara gerou a reação violenta da polícia legislativa, que barrou o ato ainda na área dos anexos da casa. As forças de segurança, segundo os relatos de manifestantes e de deputados que estavam no local, revidaram com golpes de cassetete e gás de pimenta. Por cerca de 15 minutos, os corredores que ligam o plenário Ulysses Guimarães aos anexos da Câmara ficaram intransitáveis devido ao efeito do gás de pimenta. Segundo os manifestantes, os atendidos tinham ferimentos por cassetetes nas costas, braço e orelhas.
De acordo com o deputado José Guimarães (PT-CE), os manifestantes faziam um ato pacífico. "Eles vieram apenas com palavras de ordem, não precisavam jogar bomba", afirmou. Depois do incidente, a sessão que votava a PEC da reforma política foi interrompida momentaneamente. Os manifestantes prometeram continuar com uma série de atos nos próximos dias.