Natália Lambert
postado em 21/09/2017 12:08
A Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) da JBS aprovou, na manhã desta quinta-feira (21/9), mais de uma centena de requerimentos de convocação, convites e solicitação de informações. O primeiro nome escolhido para depor ao colegiado, provavelmente, na próxima terça-feira, é o do procurador da República Ângelo Goulart, investigado por ter recebido dinheiro da JBS para compartilhar provas e informações. Em recente entrevista, Goulart afirmou que o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot orientava as delações premiadas para atingir diretamente o presidente da República, Michel Temer.
[SAIBAMAIS]O depoimento de Goulart à CPMI deve coincidir com o início dos debates na Câmara dos Deputados sobre a segunda denúncia contra o chefe do Executivo, apresentada pelo ex-procurador-geral ao Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com o relator-geral do colegiado, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), uma ação não influenciará a outra. ;Não podemos paralisar o trabalho da CPI e ficar aguardando a denúncia. A CPI tem que avançar. É natural que sejam convocadas pessoas que tenham a ver com essa situação controversa. Eu, particularmente, confesso que gostaria de ouvi-lo como um dos primeiros colaboradores e a máxima rapidez possível;, comenta o fiel aliado ao presidente Michel Temer.
O ex-procurador Marcelo Miller, acusado de fazer jogo duplo como advogado da JBS enquanto estava na Procuradoria-Geral da República, também foi convocado a depor à CPMI, mas não está na lista dos nomes já para a próxima semana. Além de Goulart, estão previstos os depoimentos de Márcio Lobo, advogado da associação dos acionistas minoritários do grupo JBS, do advogado Willer Tomaz de Souza e do ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho.
Os parlamentares também aprovaram um convite para que o ex-procurador-geral Rodrigo Janot deponha ao colegiado. De acordo com o presidente da CPMI, Ataídes de Oliveira (PSDB-TO), será uma decisão do plenário alterar o convite para convocação -- quando a pessoa é obrigada a comparecer --, caso Janot se recuse a colaborar, mas Oliveira não acredita que ele recusará o convite.