Renato Souza
postado em 24/09/2017 08:00
A polêmica envolvendo o procurador Sidney Pessoa Madruga, flagrado na quinta-feira (21/9) em uma conversa com a advogada Fernanda Tórtima, que atuou na delação da JBS, abalou o início da gestão da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Antes de completar a primeira semana de mandato à frente do Ministério Público Federal (MPF), ela já enfrenta sua primeira turbulência.
O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), José Robalinho, opta por acalmar os ânimos, e não vê uma crise capaz de afetar a imagem do MPU perante a sociedade. No entanto, ele pondera e diz que o órgão não medirá esforços para investigar qualquer pessoa suspeita de ter cometido algum ato ilícito.
Na conversa mostrada pela Folha de São Paulo, em um restaurante do Lago Sul, com a advogada, Sidney afirma que Raquel Dodge tem a intenção de abrir investigação contra o procurador Eduardo Pelella, que atuou na investigação da Lava-Jato na gestão de Rodrigo Janot e foi citado em um áudio entre Joesley Batista e Ricardo Saud.
Robalinho não acredita que Pelella será alvo de investigação. No entanto, ele destaca que nenhum procurador está imune a qualquer tipo de avaliação de acordo com suas condutas.
Robalinho também avalia como positiva a exoneração do procurador Sidney, que deixou o cargo de coordenador do Grupo Executivo Nacional da Função Eleitoral (Genafe) após a polêmica. ;Sidney e Fernando são amigos de muito tempo. Ele é um colega valoroso e não falou nada criminoso. Mas eu entendo que essa conversa ocorreu em um momento que não é adequado. Pelo que tenho acompanhado, percebo que a conversa dele não reflete o que a equipe da doutora Raquel Dodge está planejando. Apesar de Sidney não atuar na área criminal, penso que a exoneração foi a melhor decisão;, completa.