A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou, por 3 votos a 2 o afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) do mandato de senador, mas negou, por 5 votos a 0, o pedido da Procuradoria Geral da República que pedia a prisão do parlamentar. Os ministros determinaram também que o político mineiro ficará em recolhimento domiciliar noturno. Ele é acusado de corrupção passiva e obstrução de Justiça.
Os pedidos de prisão e de afastamento do mandato foram feitos no fim de julho por Rodrigo Janot, então procurador-geral da República. Os pedidos da PGR são baseados na delação de executivos da J. Joesley e Ricardo Saud, executivo do grupo empresarial, afirmaram que R$ 60 milhões foram repassados a Aécio em 2014, ano das últimas eleições, por meio de emissão de notas frias a empresas indicadas pelo parlamentar.
Na época, a assessoria de imprensa de Aécio divulgou uma nota dos advogados do parlamentar rebatendo as acusações dos delatores. De acordo com eles, as declarações de Joesley e Saud são falsas e têm o objetivo de sustentar o acordo de delação premiada.
"A soma de R$ 60 milhões refere-se ao total das doações feitas pela JBS ao PSDB em 2014. Recursos que se encontram devidamente declarados ao TSE. O dono da JBS tenta agora transformar algo regular em recursos indevidos com o objetivo de forjar um crime que justifique os benefícios inéditos conseguidos na sua delação", diz a nota.