postado em 11/10/2017 16:00
Durante participação no programa CB.Poder ; uma parceria do Correio com a TV Brasília ;, nesta quarta-feira (11/10), o ministro da Justiça, Torquato Jardim, defendeu o direito de a Polícia Federal fechar acordos de colaboração premiada. A Procuradoria-Geral da República (PGR) entrou com um pedido, ainda não analisado, no Supremo Tribunal Federal (STF) para que apenas o Ministério Público Federal (MPF) pudesse conduzir as delações. Para o ministro, contudo, as duas instituições devem trabalhar juntas.
Segundo Jardim, durante um interrogatório é preciso estar atento à linguagem corporal dos interrogados."Esse é um treinamento típico do policial e não é o treinamento típico do promotor", disse. "Então eu acho que, dependendo das investigações, as duas instituições devem ter capacidade de negociar uma delação para bem informar uma a outra. A Polícia Federal faz para obter delação. Ela não emite juízo. Ela transfere os fatos ao Ministério Público para que o MP dê tratamento jurídico aos fatos", completou.
Ainda na entrevista, o ministro, que chegou a dizer em outra ocasião ter oferecido uma lista-tríplice ao presidente para trocar o comando da PF, afirmou que "não há data" para a saída do atual diretor-geral, Leandro Daiello, do cargo e criticou a segunda denúncia oferecida pela PGR ao STF contra o presidente Michel Temer, por obstrução de Justiça e organização criminosa. "Ela é improcedente, ela é falha e ela está sustentada em fatos não completamente investigados. Ela foi uma temeridade", disparou, antes de sair em defesa do presidente, a quem considera "totalmente inocente". "A insistência em desastabilizar o governo é grande. A insistência em desestabilizar a economia brasileira é grande [...] A despeito disso, o governo não está se saindo mal. O presidente Michel Temer está sobrevivendo a isso tudo. E o que é mais importante: mediante mecanismos constitucionais", avaliou.
Reformas e eleições
O ministro opiniou que regulamentar as campanhas nas redes sociais e a distribuição do fundo eleitoral dentro dos partidos serão os grandes desafios do Tribunal Superior Eleitoral para 2018. Ele também comentou algumas das reformas promovidas pelo presidente e pelo Congresso Nacional. Para ele, a da Previdência tem condições e precisa ser aprovada. "Não fazer uma boa reforma da Previdência é não cuidar dos netos", pontuou. Outra reforma sobre a qual Jardim se debruçou foi a política. Ele discorda da possibilidade de candidatos sem partido ; a quem chamou de "aventureiros" ; disputarem as eleições e elegiou o fim das coligações. "O partido passa a ter cara própria", concluiu.
Confira a entrevista na íntegra:
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