Politica

Congresso começa a semana pressionado pelas acusações feitas por Funaro

Cármen Lúcia nega que tenha feito qualquer juízo de valor ao decidir enviar denúncia contra Michel Temer ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia

Paulo de Tarso Lyra
postado em 16/10/2017 06:00

Presidente do STF assegurou ao Correio que apenas cumpriu o rito formal de enviar, do Supremo para a Câmara, a nova denúncia contra Temer
A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, afirmou ontem ao Correio que repassou à Câmara dos Deputados o material envolvendo a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer liberado a ela pelo relator do processo no STF, ministro Edson Fachin. Cármen está indignada com a versão de que ela poderia ter feito ;algum juízo de valor; sobre o material antes de repassá-lo ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

[SAIBAMAIS]Segundo a presidente do STF, apenas coube a ela, neste caso, o procedimento formal de enviar à Câmara a ação preparada por Fachin e divulgada posteriormente pela Câmara. A polêmica em torno da divulgação do conteúdo da delação do doleiro Lúcio Funaro também provocou uma briga dura entre Rodrigo Maia e o advogado do presidente Michel Temer, Eduardo Carnelós.


Assim que a denúncia foi liberada pelo ministro Edson Fachin, este encaminhou-a por completo para o gabinete da presidência do STF para que o material fosse enviado à Câmara, onde precisa ser apreciado pelos deputados. Tão logo o conteúdo da delação chegou a Maia, este verificou que uma parte do material ; embora ínfima ; estava sob segredo de Justiça. O que fez o demista? Foi ao Supremo, acompanhado por um assessor jurídico da Casa e solicitou uma reunião entre ele, Cármen e Fachin para que, juntos, analisassem a situação.


Neste encontro, o relator disse que uma parte do processo estava sob segredo, mas que o restante do material poderia ser disponibilizado. Maia retorna, então, à Câmara e publica, no site da Casa, todo o conteúdo da denúncia que poderia ser publicado, para auxiliar na análise que os deputados farão da denúncia, tanto na Comissão de Constituição e Justiça, esta semana, quanto no plenário da Casa, em votação que deverá acontecer até o fim deste mês.


Quando o material começou a ser publicado pelos meios de comunicação ; em um primeiro momento, pela Folha de São Paulo ; Maia estranhou a nota agressiva divulgada por Carnelós, na tarde de sábado. Resolveu, por precaução, entrar em contato novamente, ontem, com a presidente Cármen Lúcia, que reiterou a ele ter apenas repassado à Câmara o material enviado pelo gabinete de Fachin, sem nenhum juízo de valor, já que este papel não lhe cabia fazer nesse caso.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação