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Para Rodrigo Maia, não há conflito com presidente Temer

Presidente da Câmara minimizou embate entre Câmara e defesa de presidente no final de semana

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), minimizou o embate público entre ele e o advogado Eduardo Pizarro Carnelós, que representa o presidente da República Michel Temer em denúncia na Câmara. Em coletiva no salão verde com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, Maia rebateu a suposta crise com o Planalto como uma defesa da independência do Legislativo.

"Vocês da imprensa confundem a defesa da Câmara com um conflito com o presidente Michel Temer", afirmou o presidente da Câmara. "Eu sou presidente da Câmara e, quando eu entendo que a Câmara ou seus servidores são atacados, eu tenho que reagir, em nome da instituição".
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Maia se referiu ao fato de, no final de semana, a Câmara ter disponibilizado os vídeos com a delação do doleiro Lúcio Funaro no site da instituição, como parte da denúncia contra o presidente e seus ministros em análise na CCJ. Com fortes ataques a Temer e à cúpula do PMDB, o advogado do presidente acusou o "vazamento criminoso" como parte de um plano para causar estardalhaço e constranger a base aliada.

Maia respondeu que o STF, na figura do ministro Fachin e da presidente do Supremo, Cármen Lúcia, não tinham requerido o sigilo dos arquivos, e que o advogado era "incompetente". Apesar de reconhecer o "mea culpa" do advogado, o presidente da Câmara disse entender que o advogado "não teve humildade para reconhecer o erro".

O líder da casa legislativa garantiu também que o fato não afeta a relação entre ele e Temer. Maia garantiu que os eventos do final de semana não vão interferir na postura dele durante a votação da denúncia contra o presidente, que deve ocorrer no plenário da Câmara no dia 25. "O presidente da Câmara, nesta denúncia, é o árbitro do processo".

Reunião


Rodrigo Maia recebeu o ministro Alexandre de Moraes na Câmara nesta terça-feira para modernizar a legislação contra o tráfico de drogas e tráfico de armas. Moraes deverá coordenar um grupo de juristas, que deve trabalhar por 120 dias para propor medidas mais duras contra estes crimes.

De acordo com Alexandre de Moraes, a finalidade da comissão não vai rever penas processuais ou a tipificação de crimes. "É o estabelecimento de novos instrumentos, sejam de investigação ou processuais mais rápidos, mais ágeis, e na questão do cumprimento de pena para a criminalidade organizada".

Segundo o ministro, entre 42 a 48% dos homicídios desvendados no Brasil são causados pelos tráficos de armas ou de drogas. Segundo o presidente da Câmara, a nova legislação deve ir a plenário e ser aprovada até o meio do ano que vem.