Gabriela Vinhal
postado em 19/10/2017 17:23
A Sexta Turma do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, na tarde desta quinta-feira (19/10), soltar o ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman. O colegiado trocou a prisão preventiva por medidas cautelares, por considerar a prisão de Nuzman uma "medida desproporcional em relação às imputações da denúncia".
Nuzman deverá entregar os passaportes, não poderá deixar o Rio de Janeiro sem autorização judicial, não poderá frequentar ou exercer atividades do COB e do Rio 2016, não poderá ter contato com outros investigados na operação Unfair Play e terá de comparecer ao juízo periodicamente para informar e justificar suas atividades.
O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF) denunciou, na quarta-feira (18/10), Nuzman, o seu braço direito, Leonardo Gryner, e o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB) pelo esquema que revelou a compra de votos para a escolha do Rio como sede olímpica de 2016.
Segundo investigações, Cabral teria pagado proprina à delegação africana, por meio do empresário Arthur Soares, para a escolha do Rio. Nuzman e Gryner teriam sido os agentes responsáveis por unir pontas interessadas, fazer os contatos e "azeitar as relações para organizar o mecanismo do repasse de propinas", de acordo com o MPF.
O ex-presidente do COB estava detido preventivamente desde 7 de outubro, após o juiz Marcelo Bretas, da 7; Vara Federal Criminal do Rio, converter a prisão temporária por preventiva. Bretas também determinou a prorrogação da prisão temporária de Leonardo Gryner.
No pedido, o MPF destacou que "a ocultação do dinheiro ilícito produzido pela corrupção sistêmica" perduram até hoje. Na deflagração da Operação Unfair Play, os procuradores apontaram para a ocultação de bens de Nuzman, incluindo 16 barras de ouro depositadas em um cofre na Suíça.
Com informações da Agência Estado