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Wesley Batista se diz injustiçado e permanece em silêncio em depoimento

Wesley, um dos donos do grupo J, reafirmou que acredita na Justiça brasileira e destacou que jamais descumpriu o acordo de delação celebrado com o Ministério Público

Mais um depoimento frustra parlamentares na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS. Convocado a depor, Wesley Batista, um dos donos do grupo J, se nega a responder as perguntas de deputados e senadores. Preso desde setembro por insider trading, quando se usa informações privilegiadas para ter ganhos no mercado financeiro, o empresário disse que está detido por um crime que jamais cometeu.

"Não me arrependo de ter decidido colaborar com a Justiça. Ser colaborador dá medo e causa apreensão. Hoje descobri que é um processo imprevisível e inseguro, mas continuo acreditando", comentou no início da sessão. "Estamos vivendo um retrocesso. Vejo colaboradores sendo punidos e perseguidos pela verdade que dissemos. Fizemos o Brasil olhar no espelho e ele não gostou do que viu. Por recomendação dos meus advogados, ficarei em silêncio. Estou preso por um crime que jamais cometi, não descumpri o acordo", acrescentou Batista.

Depois da declaração, Wesley se limita a dizer que permanecerá em silêncio diante das investidas de parlamentares que, até em tom agressivo, tentam retirar alguma informação do empresário. Wesley, Joesley e o empresário Ricardo Saud, que também ficou em silêncio no colegiado, são responsáveis pela delação premiada que acusou grande parte dos políticos brasileiros de ilícitos, inclusive, o presidente da República, Michel Temer. Desde setembro, os termos da colaboração premiada estão suspensos porque a Procuradoria-Geral da República considera que eles manipularam e omitiram informações.

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