O líder do PMDB, senador Romero Jucá (PMDB-PR), avalia, segundo sua assessoria, se tomará alguma medida contra uma passageira que, durante um voo comercial de Brasília para São Paulo, ligou a câmera do celular e começou a desafiá-lo. Vídeos que circulam na internet mostram Jucá irritado com a abordagem, ocorrida nessa quarta-feira (29/11). Ele tenta impedi-la, levantando do assento para tentar evitar a gravação, mas não consegue. Veja o vídeo:
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Com alguns aplausos e gritos, vários passageiros começaram a apoiar a atitude da mulher, identificada como Rúbia Sagaz, que continuou falando. No vídeo feito por ela e publicado no Facebook, Rúbia questiona como Jucá, que é "especialista em acordo nacional", estaria fazendo o acordo sobre as reformas da Previdência e trabalhista, além de MPs e PECs que congelaram o teto de gastos públicos por 20 anos, nas palavras dela. "Educação, saúde... Como é que o senhor está fazendo este acordo? Conta pra gente, senhor Jucá? Recuperando pro senhor? O senhor conseguiu estancar a Lava-Jato?", alfinetou.
Ela seguiu com o escracho depois que o senador argumentou que seria do PT a culpa pela quebra do Brasil e que o governo Temer está "recuperando o país". "Vocês quebraram o país, e nós estamos recuperando", afirmou Jucá. A mulher retrucou dizendo que o sossego dele iria acabar. "O seu sossego vai acabar. Quer viajar? Vá viajar com jatinho particular. O senhor não tem vergonha? O senhor deveria ter vergonha", disse a passageira.
Até o início da tarde desta quinta-feira (30/11), a publicação feita no Facebook tinha cerca de 3,9 mil curtidas e 19,6 mil compartilhamentos. Junto ao vídeo, a mulher escreveu que tinha "lavado a alma em partes". "A parte que fica sem som é ele dizendo que eu sou petista, perguntando se sou petista e dizendo que tirou "a gnt" do poder. Daí eu pergunto: só se revolta quem é petista? partido bom é o pmdb?", escreveu.
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"Estancar a sangria"
Ao abordar o senador Romero Jucá, a passageira também citou uma gravação feita pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, divulgada em maio do ano passado. No áudio, Jucá sugeria que uma "mudança" no governo de Dilma Rousseff à época, iria resultar em um pacto para "estancar a sangria" atribuída à Operação Lava-Jato, que investiga corrupções na Petrobras. Jucá era ministro do Planejamento, mas deixou o posto após a revelação dos áudios.