Renato Souza
postado em 01/12/2017 14:57
O ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, "chegou ao cargo para frear a investigação sobre políticos na operação Lava-Jato." As declarações foram feitas à agência Reuters, em uma entrevista em Brasília, publicada nesta sexta-feira (1;/12).
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Janot deixou o cargo em setembro deste ano e foi responsável por enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) três pedidos de abertura de inquérito contra o presidente Michel Temer. O presidente da República foi o responsável pela escolha de Segóvia para o comando da Polícia Federal. "Segovia foi nomeado para completar uma missão - desviar o foco das investigações", afirmou Rodrigo Janot.
Após sair de um evento no Rio de Janeiro, o diretor da PF afirmou que "ainda não avaliou as declarações de Janot e não pode pré-julgar".
Além de Segóvia, a reportagem ainda acusa a procuradora-geral Raquel Dodge de pedir a procuradores do Ministério Público que "evitem falar a palavra corrupção". Dodge também teria pedido que os eles dessem menos declarações públicas sobre as investigações.
Em entrevista ao Correio, publicada em 19 de novembro, Fernando Segóvia colocou em dúvida as provas usadas em uma ação controlada que flagrou o deputado Rodrigo Rocha Loures carregando uma mala com R$ 500 mil em espécie, em São Paulo. No entanto, Segóvia afirmou que tem como "prioridade continuar o combate à corrupção".
Em nota, a Secretaria de Comunicação da Procuradoria-Geral da República, informou que a procuradora Raquel Dodge "nunca pediu que os procuradores evitassem mencionar a palavra corrupção, pois todos os procuradores tem independência funcional". Raquel Dodge não comentou as acusações de Rodrigo Janot.