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Apesar de reconhecer a dificuldade, Alckmin diz que PSDB apoiará reforma

Candidato de consenso à presidência do partido, o governador de São Paulo sinaliza que tucanos serão favoráveis ao texto da PEC da Previdência que o governo pretende colocar em votação, mas reconhece a dificuldade em aprovar a proposta no Congresso



O tucano, no entanto, reconheceu que reforma da Previdência não será facilmente aprovada pelo Congresso, já que, por ser emenda constitucional, precisa de 308 votos. ;Mas a proposta terá o apoio do PSDB. Nós vamos apoiá-la.; Na última quarta-feira, o governador já havia afirmado que o PSDB defenderia a reforma da Previdência sob qualquer circunstância, em referência a uma eventual saída da sigla da base governista.

Moradias

Na entrevista à rádio, Alckmin não quis falar como presidente do PSDB. ;Se assumirmos, será só no dia 9. Antes disso não tem conversa, como presidente do partido, com o presidente Temer;, completou. Hoje, os dois se encontrarão no interior paulista em dois eventos de entrega de moradias populares construídas com recursos dos programas Minha Casa, Minha Vida (federal) e Casa Paulista (estadual). Mas ele confirmou querer ser candidato à Presidência da República ano que vem por se considerar preparado para o cargo.

;A postura do Geraldo está correta, ele não pode e ainda não tem autoridade para falar em nome do PSDB, porque ainda não é presidente de fato do partido;, afirmou o secretário-geral do PSDB, Silvio Torres (SP), um dos nomes mais próximos ao governador e, na futura gestão, deverá ser o responsável pelas finanças tucanas. Silvio lembrou que Alckmin e Temer terão agendas administrativas bastante intensas, sem brechas para outros assuntos. ;O que não significa que, após o dia 9, ele se coloque como alguém disposto ao diálogo com o Planalto;, afirmou Torres.

Para o deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), o partido, na verdade, está realinhando o discurso com as velhas bandeiras. ;O absurdo era uma ala tucana ser contra a reforma da Previdência. Sabemos que a votação ainda este ano é difícil. Mas este assunto precisa ser, pelo menos, colocado em discussão para amadurecer;, defendeu Leitão.

Interlocutores do governo ; que passaram a semana dizendo que não havia nenhum encontro específico previsto entre o presidente Temer e o governador paulista ; admitiram ontem que aliados de ambos os lados tentarão promover uma reunião entre os dois em algum momento ao longo do dia. Não se sabe a duração e se eles estarão a sós.

;Não pode ter um sistema desses. Sempre defendi um regime geral de Previdência e vou lutar por isso, como já foi feito em São Paulo. Aqui, tanto o Legislativo, o Judiciário e o Executivo recebem o teto do INSS e têm a opção de aderir à previdência complementar;
Geraldo Alckmin, governador de São Paulo