postado em 11/12/2017 07:36
A Polícia Federal deflagra na manhã desta segunda-feira (11/12) a Operação Baixo Augusta, um desdobramento da Lava-Jato. A ação é realizada em conjunto com o Ministério Público Federal e a Receita e investiga a existência de um esquema de propina para acelerar a liberação de créditos tributários junto à Receita Federal.
Análises das movimentações financeiras entre os envolvidos indicam o recebimento de aproximadamente R$ 160 milhões em propinas nos últimos 13 anos. Um auditor-fiscal da Receita Federal foi afastado judicialmente e oito pessoas físicas e jurídicas tiveram seus bens bloqueados.
[SAIBAMAIS]Segundo a PF, são cumpridos 14 mandados de busca e apreensão expedidos pela 10; Vara Criminal Federal de São Paulo. Os mandados são cumpridos em residências e empresas em São Paulo, Caraguatatuba, Campos do Jordão, Cotia, Lins e Santana do Parnaíba.
A investigação teve início após o envio, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), de partes do acordo de colaboração premiada firmado entre executivos da JBS e o MPF para a Justiça Federal de São Paulo, com o fim de apurar criminalmente condutas de pessoas que não tinham foro privilegiado.
As provas colhidas até o momento apontam para um esquema de pagamento de propinas que funcionou de 2004 até este ano, pelo qual um auditor fiscal seria pago para agilizar, ilicitamente, a liberação de recursos que a companhia teria a receber do Fisco a título de créditos tributários. Há indícios de que as transações ocorriam por meio de empresas de fachada e a emissão de notas fiscais falsas.