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Confiança de Temer oscila quando o assunto é aprovação da reforma neste ano

A mudança no tom não poderia ser diferente. Afinal, Temer deu, no final da tarde de ontem, a cartada final pela aprovação da reforma

Os empresários terão um papel importante no processo de convencimento de deputados. A eles o governo incumbiu o dever de destacar a importância da matéria em ;publicações, falas e em encontros;, pediu Temer. Cobrança feita e que já é acatada. O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Martins, disse que dirigentes da entidade estão levando aos parlamentares o pedido de ;sair do imediatismo; e ;pensar em um país melhor para o futuro;. ;Por isso, concordamos que tem que ser votado imediatamente. Temos que ir à luta e conseguir os votos. A sociedade está madura para entender isso. Todos entendem que, se não aprovar hoje, não dá mais para esperar;, disse.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, também cobrou a importância de que a reforma seja aprovada ainda em 2017. ;Se não aprovarmos agora, vamos ter municípios e estados com grandes dificuldades fiscais, como vemos hoje;, avaliou. O apoio à reforma não ficará restrito aos empresários. Na manhã de hoje, no Planalto, Temer receberá cerca de 200 prefeitos para cobrar o apoio à proposta, nos mesmos moldes dos líderes empresariais.

Há, no entanto, líderes governistas que ainda adotam uma linha mais comedida quanto à possibilidade de votar o texto em 2017. Para o deputado Arthur Maia (PPS-BA), é preciso votar apenas quando o governo tiver os votos necessários. E não apenas 308. ;Uma derrota representaria um grave risco para a nossa economia. E, por isso, temos que ir com garantia não de 308 votos, mas com 320 ou 330. Temos que fazer com maestria para coroar todas as reformas feitas;, sustentou.