O presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), afirmou, nesta segunda-feira (18/12), que o partido não vai retaliar parlamentares que votarem contra as posições defendidas pelo governo. Segundo ele, a estratégia a ser adotada será a de ;valorizar;, por meio da distribuição de recursos do fundo partidário, os candidatos que tiverem sido mais leais.
;Não vai ter retaliação. Vai ter valorização. Ou seja, aqueles que são mais fechados com a posição do partido têm de ser valorizados. Portanto, vamos dar um tratamento mínimo a todos, mas a Executiva Nacional vai ter o cuidado de atuar de forma que aquelas figuras mais emblemáticas, leais ao partido e que serão candidatas a governador, senador, deputado federal, deverão receber efetivamente um tratamento diferenciado;, disse Jucá, após participar de um evento do PMDB em Brasília. Jucá informou que, conforme previsto pelas atuais regras, a definição da forma como os recursos do fundo partidário serão distribuídos ocorrerá até 30 dias antes das convenções partidárias de 2018.
De acordo com o senador, a votação da reforma da Previdência pela Câmara dos Deputados está mantida para 19 de fevereiro. ;O governo continua discutindo esse processo. Estamos mobilizados, conversando com parlamentares, e durante o recesso a conversa vai continuar;, acrescentou. Jucá disse ainda que tem a garantia do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), de que a reforma entrará para a pauta do Senado "assim que ela chegasse" à Casa, após sua aprovação pela Câmara dos Deputados.
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, também manifestou otimismo, apesar do atraso na votação da reforma previdenciária. ;O que esperamos é que tenhamos mais votos em fevereiro, porque a sociedade tomará consciência da imperiosidade da reforma da Previdência. Na medida em que os parlamentares voltem para suas bases e vejam as mudanças que aconteceram na opinião de suas comunidades, seguramente teremos em fevereiro mais votos do que temos agora;, disse Padilha.
Denúncias
O senador Romero Jucá voltou a dizer que está tranquilo com relação às denúncias apresentadas pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. ;Essas denúncias já tinham sido feitas pelo [ex-procurador-geral] Rodrigo Janot. Nós apresentamos a defesa, e a Raquel Dodge apenas corroborou o que o Rodrigo Janot disse. Estou muito tranquilo. Não temo qualquer tipo de investigação e vou provar que a doação de R$ 150 mil foi oficial e nada tem a ver com votação de medidas provisórias. É um absurdo essa ilação que o Janot fez;, disse Jucá.