O governador cassado do Amazonas, José Melo (Pros), foi preso ontem, na Operação Maus Caminhos, da Polícia Federal. A ação investiga desvios de verba e fraudes em contratos envolvendo a área de saúde do estado. Melo é acusado de ter comprado votos na eleição de 2014. Ele foi detido em Manaus, por volta das 11h.
De acordo com a PF, a operação tem como objetivo investigar crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de capitais e organização criminosa envolvendo o político. Policiais federais cumpriram mandados de prisão e de busca e apreensão em Manaus e na cidade de Rio Preto da Eva, na região metropolitana.
Esta fase da operação foi batizada de ;Estado de Emergência;. A PF informou que o nome é em alusão à situação da saúde do estado, em 2016, durante a gestão do governador cassado. Na ocasião, José Melo, hoje acusado de desviar dinheiro do setor, decretou estado de emergência econômica e chegou a criar um gabinete de crise para discutir o assunto. O governo estadual alegou que não tinha dinheiro para arcar com compromissos e pagar fornecedores.
De acordo com as investigações, as fraudes ocorreram em contratos para a gestão de Unidades de Pronto Atendimento (UPA) pelo Instituto Novos Caminhos (INC). O grupo teria movimentado ao menos R$ 250 milhões. Mais de R$ 300 mil em espécie foram aprendidos durante a operação. Em meio às diligências, os policiais descobriram que os bens do ex-governador são incompatíveis com a renda declarada por ele.
As investigações apontam que o ex-secretário estadual de Administração e irmão do ex-governador, Evandro Melo, atuou como uma espécie de intermediário. Evandro Melo foi preso no último dia 13 na ;Operação Custo Político;, que apura o envolvimento de agentes públicos em esquema de pagamento de propina com recursos públicos destinados à saúde do estado. Outros 11 investigados também foram presos na ocasião, acusados de receberem ao menos R$ 20 milhões em propina.
Em liberdade
O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho e o ex-ministro dos Transportes e presidente do PR, Antônio Carlos Rodrigues, deixaram ontem a prisão. Eles foram soltos por determinação do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes.
R$ 1,5 milhão
Valor que o ex-chefe da Casa Civil Régis Fichtner teria recebido da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Rio de Janeiro (Fetranspor), entre 2007 e 2014