Politica

Haddad é indiciado pela PF por caixa 2 na campanha eleitoral de 2012

O inquérito é um desdobramento da Operação Lava-Jato. Cabe, agora, a um promotor decidir se dá ou não prosseguimento à denúncia

Antonio Temóteo
postado em 15/01/2018 12:20
Além de Haddad, outras seis pessoas foram indiciadas
A Polícia Federal indiciou o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) pelo crime de caixa 2 durante a campanha que o elegeu prefeito de São Paulo em 2012. Além dele, outras seis pessoas foram indiciadas: o ex-tesoureiro de campanha do PT João Vaccari Neto; o coordenador da campanha de Haddad, Chico Macena; o ex-deputado pelo PT Francisco Carlos de Souza; e três pessoas ligadas a uma gráfica que prestou serviços ao partido.

O inquérito é um desdobramento da Operação Lava-Jato, e a investigação teve início após o Supremo Tribunal Federal (STF) homologar a delação premiada do empresário Ricardo Pessoa, sócio da empreiteira UTC, um dos envolvidos no escândalo de corrupção da Petrobras.


O que acontece após o indiciamento

Após o indiciamento, a Justiça Eleitoral recebe o inquérito e coloca o processo à disposição das partes. Em seguida, o promotor Luiz Henrique Dal Toz decide se prossegue com a denúncia, por meio de uma acusação formal, se faz um parecer para pedir o arquivamento do caso ou solicita mais elementos a partir de novas investigações.

Pessoa disse que, após as eleições de 2012, foi procurado por João Vaccari Neto, então tesoureiro do PT. O petista teria solicitado ao empresário que pagasse despesas de campanha com a gráfica de um homem chamado Chicão, no valor de R$ 3 milhões. O ex-diretor Financeiro da UTC Walmir Pinheiro detalhou em depoimento que tentou negociar com Chicão um parcelamento do valor, proposta não aceita. A solução encontrada foi um desconto para o pagamento à vista, no total, R$ 2,6 milhões.

Nenhum dos delatores sabia dizer ao certo quem era essa pessoa com o apelido de Chicão. Dois detalhes foram fundamentais para que os policiais chegassem à identidade dele: um número de telefone, fornecido pelo doleiro Alberto Youssef, e um reconhecimento por foto. Só então a Polícia Federal teve certeza de que Chicão era o ex-deputado estadual pelo PT Francisco Carlos de Souza. Os delatores da UTC entregaram imagens dele chegando à construtora para pegar o dinheiro.

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