Deborah Fortuna
postado em 23/01/2018 20:52
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A Praça dos Três Poderes se divide em cores na noite desta terça-feira (23/1). Às vésperas do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, grupos pró e contra o petista se reúnem no local para protestar. De um lado, as bandeiras de justiça e cartazes em apoio do juiz Sérgio Moro. De outro, os dizeres de "Lula é inocente" estampam as camisetas.
Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), cerca de 500 pessoas se reúnem a favor do julgamento e contra Lula. Em favor a Lula e contra Moro estão cerca de 400 pessoas. No início da noite, uma briga entre dois homens com ideologias políticas contrárias foi logo apartada pela Polícia Militar. A confusão teve troca de socos, mas não prosseguiu.
Mais tarde, perto das 21h, um outro princípio de confusão foi registrado. Um homem começou a chutar outras pessoas. Rapidamente, porém, a PM se aproximou do suspeito e lançou gás de pimenta para conter o tumulto. O homem que teria iniciado a confusão foi detido. Depois, a PM explicou que a briga aconteceu entre ambulantes de uma mesma família. Pouco depois, às 21h10, os simpatizantes de Lula começaram a se dispersar.
No gramado em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), manifestantes colocaram velas formando os dizeres "Justiça: Lula na cadeia". O engenheiro agrônomo aposentado Leonardo Giordano, 70 anos, afirma comparecer a muitas manifestações desde a luta pelo impeachment de Dilma Rousseff. "Eu sempre volto", comentou. "Eu estou defendendo meus filhos e netos. O julgamento é justiça. A impunidade dá corda pra bandido. Até Nixon caiu quando mentiu", afirmou.
Na parte vermelha da Praça, os tambores rufam com cantorias a favor de Lula. O movimento também pede o impeachment do presidente Michel Temer. Segundo o servidor público, Ademário Nogueira, 53 anos, o grupo veio pedir justiça. "Isso não é um julgamento jurídico, é político. O povo tem medo da força do Lula. o povo ta mobilizado. Lula é o nosso guerreiro. Se prender, vira Mandela. Se deixar solto, vira presidente", disse. "Chega de ditadura do Judiciário. A justiça é pra todos, não apenas para o companheiro Lula", concluiu.