Cerca de 300 servidores das carreiras da magistratura e do Ministério Público entregaram uma carta à ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, nesta quinta-feira (1;/2). A mobilização tem o apoio de associações estaduais e entidades regionais.
O grupo protesta contra os ataques que o Ministério Público tem sofrido de autoridades políticas do Legislativo e Executivo. Segundo as entidades, as manifestações contrárias a decisões de juízes e procuradores é uma forma de enfraquecer o judiciário.
Os servidores reclamam também do reajuste salarial, que foi pedido em 2015 e nunca foi concedido. Segundo eles, o pedido foi feito antes de outras carreiras que já receberam as revisões salariais. Os magistrados chegaram a se comparar com os Advogados da União, que, além dos salários, ainda recebem os honorários de sucumbências, valor que extrapola o teto salarial do serviço público, que no momento é de R$ 33,7 mil mensais.
[SAIBAMAIS]Além dos sete pontos citados na carta, os servidores comentaram ainda outro assunto polêmico: o auxílio-moradia do judiciário. A questão voltou aos holofotes depois que o juiz da Lava-Jato, Marcelo Bretãs, acionou a Justiça pelo benefício. Mesmo não sendo objeto de reivindicação no momento, todos os servidores - tanto do MP quanto da magistratura - foram unânimes em dizer que o auxílio-moradia é legal.
A categoria se mostra irredutível em não aceitar que o assunto seja discutido apenas na esfera da magistratura, já que tanto o Legislativo quanto o Executivo também se beneficiam do auxílio.
Na tarde desta quinta-feira, o grupo deixa o STF e segue em caminhada para a Câmara dos Deputados, onde pretende fazer um novo protesto.