Natália Lambert, Paulo de Tarso Lyra
postado em 08/02/2018 06:00
Cobrado pelo Planalto e por setores do mercado financeiro, o governador de São Paulo e presidente do PSDB, Geraldo Alckmin, confirmou ontem que o partido fechará questão a favor da reforma da Previdência. Após reunião da Executiva Nacional da legenda, a primeira sob o comando de Alckmin, o tucano confirmou que, a partir de agora, se acelerou o processo de convencimento dos parlamentares da bancada. ;Estamos otimistas com os resultados e achamos que há brechas para avanços. O número de deputados favoráveis ao projeto aumentou;, disse ele.
Alckmin defendeu a reforma da Previdência e declarou que ela não é um projeto do governo Temer, mas, sim, algo bom para o país. Segundo ele, a partir do novo texto apresentado ontem, cada líder da bancada intensificará as conversas com os demais integrantes do partido na busca do convencimento.
O governador paulista lembrou que, em 2011, promoveu uma reforma da Previdência para equilibrar o caixa estadual. ;Assumimos o mandato já com uma proposta encaminhada à Assembleia Legislativa. Criamos o Fundo de Previdência Complementar e os novos servidores que entraram a partir de 2011 se aposentam pelo teto do INSS;, reforçou o governador.
Durante a reunião da Executiva, o governador de Goiás, Marconi Perillo, e o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio ; adversário de Alckmin nas prévias ;, defenderam, além do fechamento de questão, a punição aos parlamentares infiéis. O amazonense foi ainda mais enfático. ;Se você fecha questão, mas não pune quem foi infiel, você está abrindo questão e não fechando questão. Temos que votar. A reforma da Previdência é cláusula pétrea para a gente. Ela é prima-irmã do PSDB;, defendeu.
Prévias
Embora tenha prometido pensar no assunto, Alckmin tende a não endossar a tese da punição. A avaliação de alguns tucanos é de que isso é um discurso fácil para quem não precisará votar a Previdência, expondo-se ao descontentamento de eleitores. Outro alerta feito na reunião ; e que será levado ao Planalto ; é evitar qualquer sinalização de liberação de emendas ou oferta de cargos. ;Isso só vai atrapalhar o debate e afastar aqueles que resolveram aprovar a matéria por uma questão ideológica;, disse um tucano.
Alckmin confirmou para 4 de março a realização das prévias do PSDB para expor os candidatos à Presidência da República. Ele e Virgílio tentaram ontem definir as regras da disputa. No entanto, o prefeito amazonense pediu um prazo para analisar as propostas, já que defende pelo menos cinco debates e não apenas um, como foi proposto. A resposta será dada hoje.
Virgílio considera que só o fato de o partido realizar prévias é uma conquista e afirma que não abre mão de duas coisas: que o voto seja universal, ou seja, tenha o mesmo peso para todos os filiados e que ocorram, no mínimo, três debates. ;Se vai muita gente votar ou não, isso não é um problema. Temos que pensar que isso é um marco. Estamos fazendo história. O partido, pela primeira vez, está tendo a oportunidade de ouvir a militância, de levar a sério a militância;, defendeu.