Politica

Governo conta votos que faltam para aprovar texto da reforma da Previdência

A menos de cinco dias para o início das discussões na Câmara, governo ainda não sabe se tem os 308 votos necessários

Rodolfo Costa
postado em 16/02/2018 06:00
A menos de cinco dias para o início das discussões na Câmara, governo ainda não sabe se tem os 308 votos necessários

O governo corre contra o tempo para conseguir o mínimo de 308 votos necessários para aprovar a reforma da Previdência. A menos de cinco dias para o início das discussões da proposta na Câmara dos Deputados, o Planalto ainda não tem certeza se conseguirá aprovar a medida.

As discussões em torno do planejamento para aprovar a reforma começaram ontem, em reunião entre o ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Carlos Marun, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Do encontro saiu o compromisso de agendar duas reuniões com líderes da base, uma para o domingo, no Palácio da Alvorada ou no Jaburu, e outra para a segunda-feira, na residência oficial de Maia.

O objetivo é apurar a quantidade de votos necessários para aprovar o texto e como negociar com os indecisos. ;Temos a consciência de que ainda precisamos da próxima semana para buscar os votos restantes. Eu continuo trabalhando com 40 votos, o que significa a conquista de um indeciso a cada dois;, disse Marun.

Mesmo sem a quantidade necessária de votos, a reforma será colocada em pauta na terça-feira, garante Marun. ;Ele (Maia) colocará o texto para começar a discussão com a leitura do substitutivo. E, obviamente, queremos ouvir os líderes e sugestões, e eventuais discussões com os integrantes da base que ainda estão indecisos;, afirmou. A ideia é que, com o texto em pauta, seja possível fazer novas alterações ainda em plenário para, assim, conquistar o apoio restante.

Ameaça nas urnas

Uma faixa exposta na 311 Sul faz uma clara ameaça aos parlamentares que se posicionarem a favor da PEC da Previdência. ;Não votarei em quem votar pela reforma da Previdência! É não e pronto;, diz a tira estendida na quadra repleta de apartamentos funcionais, onde vivem deputados. A mensagem chama a atenção de quem passa e alguns param para fotografar. ;Achei magnífico quando entrei aqui, falei: ;bacana;. Pelo menos para as pessoas se conscientizarem e, no mínimo, refletirem sobre o assunto, que é o que está faltando. Serve mais para a população do que para os deputados, porque esperar eles criarem consciência é complicado;, avalia a terapeuta ocupacional Raquel Alves de Souza, 28 anos, moradora do Riacho Fundo, que se diz contra a proposta. (Maíza Santos)
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