Jacqueline Saraiva, Natália Lambert
postado em 16/02/2018 12:50
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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) não acredita que o presidente da República, Michel Temer, publicaria o decreto de intervenção na segurança do Rio de Janeiro para criar uma "cortina de fumaça" em relação à votação da reforma da Previdência. "Não acho que uma coisa tem relação com a outra. Decisão de decreto só tem um objetivo: garantir mínimo de segurança para população do Rio", afirmou o deputado.
No , na manhã desta sexta-feira (16/2), Rodrigo Maia usou um tom mais calmo, paciente. Bem diferente da postura adotada na noite dessa quinta-feira (15/2), quando participou, ao lado do presidente Michel Temer, do líder do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) e de ministros, da reunião no Palácio do Alvorada, sobre o decreto de intervenção na segurança do Rio de Janeiro. Com o decreto, o Congresso fica impedido de votar mudanças na Constituição, como é o caso das mudanças previdenciárias.
[SAIBAMAIS]Maia afirmou ter certeza de Temer tomou a decisão baseada em informações "muito contundentes" sobre o caos de violência no Rio e negou que fosse contra a intervenção. Justificou que seu ponderamento foi apenas uma queixa por não ter sido convidado a participar de reuniões sobre a crise na segurança desde o início e ponderou que o plano já estava montado antes mesmo de ser comunicado. Ele disse que o próximo passo agora é entender o cronograma e como será efetivamente aplicado.
Atraso na votação da reforma
Na entrevista, ele reconheceu que a votação do decreto vai atrasar a da reforma da Previdência nas próximas semanas. "Se votar o decreto da intervenção dia 21, vai ser difícil votar a Previdência até o dia 28. Não dá para num dia votar o decreto, e no outro dia suspender", afirmou. No entanto, deixou claro que a intenção é que a votação seja concluída até o fim de fevereiro. "Tenho trabalhado para que seja possível", disse.
A segurança é uma urgência, mas Maia disse que continuará trabalhando para formar maioria para votar a PEC neste mês. Assumiu também que ainda não tem os 308 votos necessários para a aprovação do texto. A ideia é votar o decreto entre segunda e terça-feira direto no plenário da Câmara.