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Politica

Eunício alerta sobre riscos de revogar intervenção para votar reforma

Em avaliações duras sobre a possibilidade de votação da reforma da Previdência, Oliveira praticamente enterrou as chances de aprovação no Congresso



As chances de aprovação da reforma da Previdência no Congresso Nacional são cada vez menores. Além de o governo federal não contar com os 308 votos necessários para a vitória, o desgaste em revogar a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro para pautar e votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) pode provocar sérios desgastes políticos. É o que analisa o presidente do Senado Federal, Eunício Oliveira (MDB-CE).

Em avaliações duras sobre a possibilidade de votação da reforma, Oliveira praticamente enterrou as chances de aprovação no Congresso. ;Se for para fazer uma intervenção e chamar todos nós para, daqui a cinco dias, dizer que foi um equívoco (enviar o decreto), porque precisa votar matéria A ou matéria B, não faria sentido fazer a intervenção;, destacou.

O inciso 1 do artigo 60 da Constituição veda alterações constitucionais enquanto uma intervenção federal estiver em vigor. Por esse motivo, Oliveira destacou que não pautará nenhuma PEC enquanto o decreto encaminhado por Temer ao Congresso estiver em vigor. E alertou para os riscos de se revogá-lo para votar alguma PEC, como a reforma da Previdência.

;Se extingue automaticamente, aí, para fazer uma nova, não sei se teria a condição política de se fazer. Teria que fazer todo o trâmite novamente. O que a sociedade iria dizer e o que iríamos dizer no Conselho (da República)? Que não haveria a necessidade de intervenção. Ela é necessária;, avaliou Oliveira. ;Pergunte à população do Rio de Janeiro se a intervenção é necessária. Pergunte ao governador (Luiz Fernando) Pezão;, acrescentou.