Renato Souza
postado em 19/02/2018 17:26
O diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, presta esclarecimentos ao ministro Luís Roberto Barroso, no Supremo Tribunal Federal (STF), na tarde desta segunda-feira (19/2). Segóvia chegou a sede do tribunal, na Esplanada dos Ministérios, às 17h00. Ele foi chamado para dar explicações sobre declarações feitas a agência Reuters.
Durante o questionamento realizado pelos jornalistas da empresa de comunicação, Segóvia falou sobre o inquérito envolvendo o presidente Michel Temer, que está na fase de investigação pela Polícia Federal. O delegado deu a entender, de acordo com a Reuters, que a corporação pediria o arquivamento das denúncias.
O delegado terá que explicar o que fundamenta as declarações que ele realizou na entrevista. Caso veja necessidade, o ministro pode solicitar abertura de investigação contra ele. No despacho que convocou Segóvia, o ministro Barroso afirma que a conduta do chefe da PF pode caracterizar crime ou infração administrativa. ;Tendo em vista que tal conduta, se confirmada, é manifestamente imprópria e pode, em tese, caracterizar infração administrativa e até mesmo penal, determino a intimação do Senhor Diretor da Polícia Federal, delegado Fernando Segovia, para que confirme as declarações que foram publicadas, preste os esclarecimentos que lhe pareçam próprios e se abstenha de novas manifestações a respeito", diz um trecho do despacho.
Cronologia das controvérsias
19 de novembro de 2017
; Em entrevista exclusiva ao Correio, Fernando Segóvia critica a condução do inquérito contra Temer e o fato de ;uma única mala ser usada como prova;.
20 de novembro de 2017
; O diretor-geral da PF toma posse oficialmente. Ao ser questionado sobre a entrevista publicada no dia anterior, ele reafirma que ;uma só mala não prova nada;, mas destaca que ;as investigações contra Temer vão continuar;.
15 de janeiro
; Em encontro não previsto na agenda, Temer se reúne com Segóvia. A reunião ocorreu na semana em que o presidente respondeu a 50 perguntas feitas pela PF. O diretor disse que pediu ao presidente a criação de um grupo fardado da PF para atuar nas fronteiras.
18 de janeiro
; O delegado Felício Laterça é indicado para a superintendência do Rio de Janeiro, ele é investigado por suposta ligação com políticos
02 de fevereiro
; Felício Laterça desiste de comandar a superintendência do Rio
9 de fevereiro
; Entrevista de Segóvia à Reuters repercute negativamente após ele falar sobre o inquérito envolvendo Temer