Politica

Ministro da Defesa fala sobre ação conjunta no RJ e esclarece mandados

Ainda de acordo com Jungmann, intervenção poderia ter sido mais ampla e abrangido áreas administrativas do governo

Paulo de Tarso Lyra
postado em 19/02/2018 20:13
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, informou que, no início da noite desta segunda-feira (19/2), treze homens das Forças Armadas, mais agentes da Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional de Segurança, estão bloqueando todas as rodovias de acesso ao Rio de Janeiro e pontos considerados de alta incidência de roubo de carga.

Segundo ele, esta ação conjunta já estava prevista e faz parte das operações da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) instituídas em julho do ano passado. De acordo com o ministro, é preciso não confundir a intervenção em si com a GLO, "algo que pode explicar muito fácil levando-se em conta que ambas são comandadas pela mesma pessoa", o general Walter Braga Netto.

Jungmann esclareceu ainda dois pontos que segundo ele haviam ficado confusos ao longo do dia. O primeiro deles é o pedido de mandado de busca de captura coletiva que seria solicitado para auxiliar nas ações no Rio. De acordo com Jungmann, na verdade trata-se de mandado de busca e apreensão, conduzida por policiais e autorizadas pela Justiça e pelo Ministério Público: "Essas ações não são uma novidade, já que foram adotadas durante a implantação das unidades de polícia pacificadora", ressaltou.

O ministro declarou ainda que a expectativa é de que nas próximas 48 horas o general Braga Netto apresente ao presidente Temer um plano de ação para a intervenção a partir de diagnóstico da situação do RJ. Ele lembrou ainda que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também já afirmou que nos próximos dias será apresentado o planejamento orçamentário para a operação. Jungmann acrescentou que só para ações de GLO o orçamento prevê aproximadamente R$ 100 milhões.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou mais cedo que ao decidir pela intervenção o governo Federal devem ser alocados recursos para garantir as ações. "O Rio de Janeiro tem problemas de efetivo e de manutenção dos equipamentos de segurança. A cada ano, 20% da frota é reduzida por problemas de manutenção", lembrou Maia.

O presidente da Câmara disse ainda que será criado um observatório na Casa para acompanhar todas as ações no Rio de Janeiro. "Algo inédito, como inédita é a intervenção em si", justificou.

Jungmann também afirmou que a intervenção poderia até ter sido mais ampla, envolvendo ações administrativas em outras áreas, o que implicaria no afastamento definitivo do governador Luiz Fernando Pezão. "O presidente Temer decidiu, contudo, preservar o mandato e a soberania popular, porque sabe que esses elementos têm um simbolismo muito forte", afirmou o ministro.

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