Renato Souza
postado em 19/02/2018 20:16
Ao prestar esclarecimentos ao ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, afirmou que "suas declarações foram distorcidas e mal interpretadas". Segóvia se encontrou com Barroso por volta das 17 horas, no gabinete do ministro. Ele foi questionado sobre declarações feitas em uma entrevista concedida para a agência Reuters, onde falou sobre o inquérito que corre na PF e envolve o presidente Michel Temer.
Em um despacho divulgado no começo da noite desta segunda-feira (19/2), Barroso afirma que durante as explicações, o delegado afirmou que "em momento algum pretendeu interferir no andamento do inquérito, antecipar conclusões ou induzir o arquivamento". O ministro determinou que as declarações fossem encaminhadas por escrito a investigação relacionada ao caso na PF. O Ministério Público ainda deve se manifestar sobre o caso.
Cronologia das controvérsias
19 de novembro de 2017
; Em entrevista exclusiva ao Correio, Fernando Segóvia critica a condução do inquérito contra Temer e o fato de ;uma única mala ser usada como prova;.
20 de novembro de 2017
; O diretor-geral da PF toma posse oficialmente. Ao ser questionado sobre a entrevista publicada no dia anterior, ele reafirma que ;uma só mala não prova nada;, mas destaca que ;as investigações contra Temer vão continuar;.
15 de janeiro
; Em encontro não previsto na agenda, Temer se reúne com Segóvia. A reunião ocorreu na semana em que o presidente respondeu a 50 perguntas feitas pela PF. O diretor disse que pediu ao presidente a criação de um grupo fardado da PF para atuar nas fronteiras.
18 de janeiro
; O delegado Felício Laterça é indicado para a superintendência do Rio de Janeiro, ele é investigado por suposta ligação com políticos.
02 de fevereiro
; Felício Laterça desiste de comandar a superintendência do Rio.
9 de fevereiro
; Entrevista de Segóvia à Reuters repercute negativamente após ele falar sobre o inquérito envolvendo Temer.