Politica

Ciro Gomes diz que não buscará apoio de Lula e do PT para eleição

Ciro afirmou que está buscando formar uma aliança com PSB e PCdoB e que, embora não descarte um apoio do PT, não acredita em uma aliança com o partido de Lula

Agência Estado
postado em 20/02/2018 13:02
Apontado como um dos herdeiros dos votos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em caso de ausência do petista nas eleições deste ano, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) enfatizou nesta terça-feira (20/2) que não buscará apoio do petista para sua candidatura ao Planalto. Anteriormente, Ciro havia defendido que, condenado, Lula não pode ser candidato neste ano.

Após participar de evento da Folha de S.Paulo na capital paulista, Ciro afirmou que está buscando formar uma aliança com PSB e PCdoB e que, embora não descarte um apoio do PT, não acredita em uma aliança com o partido de Lula.

[SAIBAMAIS]"Não descarto (aliança com PT), apenas não acredito que aconteça pela natureza do escorpião", disse Ciro Gomes. Em palestra no evento, o ministro fez uma metáfora dizendo que o partido era como escorpião, "se afunda sozinho."

Ele fez críticas ao PT e disse que a sigla precisa fazer uma autocrítica. "Não é possível que tudo seja ;conspirata;, que eles são santos." Ao ser perguntado se não afastava um possível apoio do partido pelos ataques que faz à legenda, Ciro lembrou que apoiou o PT em outras eleições. "Eu só sirvo para isso (para apoiar)?", declarou.

O ex-ministro disse mais uma vez que "sonha" com a absolvição de Lula, mas que o petista não pode ser candidato em caso de condenação. "Manter o País refém de um conjunto de chicanas e recursos judiciais é o outro lado da judicialização da política que tem feito tão mal ao país."

Alianças

Pré-candidato, Ciro Gomes afirmou que busca aliança com outros partidos, mas que tem "limites" para isso. Sobre o PSB, onde já foi filiado, disse que há afinidade programática. Ele acrescentou que também procura apoio do PCdoB. "Se eu vou conseguir ou não, vamos ver."

Privatização da Eletrobras


O ex-ministro ainda criticou as 15 medidas econômicas anunciadas pelo governo de Michel Temer em substituição à reforma da Previdência, cuja tramitação no Congresso está suspensa. Segundo ele, as propostas não passam de "manchetes" e alguns dos pontos não podem nem ser "pensados", como a privatização da Eletrobras e a autonomia do Banco Central. "As 15 medidas são, por enquanto, um apanhado de manchetes", disse o ex-ministro.

Ele afirmou que propostas como simplificação do PIS-Confins, desoneração da folha de pagamento e mudança na Lei de Responsabilidade Fiscal precisam ser discutidas e ainda não se sabe o que exatamente o governo vai apresentar.

"Privatização da Eletrobras nem pensar. Nenhum País do mundo entrega ao capital estrangeiro o manejo da sua infraestrutura hídrica", disse Ciro, ao falar da venda da estatal. "Nem pensar a autonomia do Banco Central;, declarou, ao citar outro ponto proposto entre as 15 medidas.

Intervenção no Rio


No evento, o pré-candidato do PDT à Presidência também criticou a intervenção federal decretada pelo governo na Segurança Pública do Rio de Janeiro. Ele chamou a medida do presidente Michel Temer de "factoide" e disse que tem caráter "politiqueiro e mal intencionado". O ex-ministro afirmou ainda não acreditar que a intervenção terá relevância nas eleições presidenciais.

"Hoje, evidentemente, o governo mostra que está esperneando, que trocou de agenda saindo da impopularíssima reforma da Previdência com um factoide de grande comoção no Rio de Janeiro", disse. Ciro também afirmou que, "superficialmente", as pessoas vão se sentir seguras no Rio inicialmente e que isso será positivo para o governo, mas que o efeito é passageiro.

Para Ciro Gomes, colocar as Forças Armadas para enfrentar bandidos "é um equívoco grosseiro" porque "Exército é feito para matar o inimigo". Ele declarou que, após passar a sensação de segurança momentânea, o crime pode se espalhar para outros Estados, frustrando a intenção do governo com a intervenção.

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