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Não é censura governo querer barrar disciplina do 'golpe' da UnB, diz Marun

A disciplina provocou troca de acusações entre o ministro da Educação e a ex-presidente Dilma Rousseff

postado em 23/02/2018 07:43
Ao ser questionado se a medida não poderia ser vista como uma espécie de censura do governo Michel Temer, o ministro rebateu
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, defendeu que o governo tente barrar a disciplina da Universidade de Brasília (UnB) que tratará o impeachment de Dilma Rousseff como "golpe". Após o site Poder 360 revelar que a matéria constava na grade curricular da universidade, o ministro da Educação, Mendonça Filho, informou também ao site que deve enviar um ofício a vários órgãos de controle para que seja analisada a legalidade do curso denominado "O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil".

"Dizer que é uma das disciplinas da grade é uma atitude extremamente política e obviamente deve ser combatida, no meu modo de ver, na Justiça, para que recorram aqueles que se sentem contrariados. E no nosso caso, eu também me sinto contrariado por essa decisão da UnB", afirmou Marun, nessa quinta-feira (22/2) em coletiva no Palácio do Planalto.

Ao ser questionado se a medida não poderia ser vista como uma espécie de censura do governo Michel Temer, o ministro rebateu: "Uma coisa é liberdade de expressão. Outra coisa é você colocar como verdade, em universidades públicas, uma evidente mentira", opinou.

Dilma fala em ;regime de exceção;

A ex-presidente Dilma Rousseff usou as redes sociais para apoiar o curso. "Manifesto minha solidariedade ao professor Luis Felipe Miguel, da UNB, diante da arbitrária e retrógrada censura feita pelo ministro da Educação à sua cátedra O golpe de 2016 e o futuro da democracia;, escreveu.
A petista afirmou que impedir que se chame os fatos e acontecimentos pelo nome é reação típica dos regimes de exceção. "No passado, durante a ditadura, era proibido dizer que havia presos políticos no Brasil, embora ele enchessem os presídios país afora", comparou.
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Por último, Dilma disse que a atitude de Mendonça Filho trata-se de uma censura. "Os atos do pseudo-ministro são uma terrível agressão à autonomia universitária, à cultura acadêmica, à livre circulação de ideias e à própria democracia. É abuso típico dos estados de exceção. os maiores inimigos da cultura e da educação", reafirmou.
Ministro da Educação no governo Lula e Dilma, entre 2005 e 2012, Fernando Haddad (PT) seguiu o mesmo discurso da ex-presidente e afirmou, também pelas redes sociais, que o "Governo Temer ameaça a liberdade académica".

Mendonça Filho rebate Dilma

Cinco horas após a manifestação de Dilma, o ministro Mendonça filho também usou as redes sociais para rebater as acusações. "Faço uma pergunta pública a ex-presidente Dilma. Em nome da autonomia universitária ela defenderia a criação de uma disciplina intitulada O PT, o petrolão e o colapso econômico do Brasil?", questionou.

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O ministro da Educação continuou e afirmou que as universidades e os recursos públicos não podem ser usados como palanque político. "O PT tem direito de falar suas teses e defendê-las. Isso faz parte do processo democrático. Só não pode usar recursos públicos e a estrutura da UNB para propagar mentiras, manipular fatos e formar militância", defendeu.
Com informações da Agência Estado

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