Agência Estado
postado em 26/02/2018 08:50
O governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou que seu partido está preparado para enfrentar o PT nas eleições, seja contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou outro nome da legenda. "Estamos preparados para enfrentar o PT", disse o tucano, durante entrevista para o programa Canal Livre, da Band, transmitida na madrugada desta segunda-feira (26/2).
Questionado se Lula teria direito de disputar a eleição, após condenação em segunda instância, Alckmin disse que isso vai depender da Justiça. "Não sei o que o Judiciário vai resolver." Mesmo assim, o governador de São Paulo fez duras críticas à atual postura do PT, que estaria "desmoralizando instituições" em um momento em que o País precisa delas cada vez mais fortes.
Alckmin também voltou a chamar de "injustas" as acusações feitas pelo prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB), de que a prévia que estava sendo organizada pelo partido, que tem Alckmin como presidente nacional desde dezembro, seria uma "fraude". Virgílio desistiu de disputar a indicação para a disputa presidencial contra Alckmin.
Alckmin sinaliza que manteria diretoria atual do Banco Central
Alckmin fez elogios ao atual presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. Ao falar sobre a questão fiscal brasileira, Alckmin sinalizou que estaria disposto a manter a atual diretoria da instituição. "Eu até manteria essa diretoria. Acho que o Ilan é um cara muito bom", disse.
Ao falar sobre a crise brasileira, o governador de São Paulo disse que a dificuldade é sobretudo fiscal. "Não é possível essa gastação de dinheiro público", defendeu. "Eu entendo que o nosso problema macroeconômico é uma boa política fiscal."
Privatização da Petrobras
O pré-candidato disse ser favorável às privatizações de estatais brasileiras, desde que o processo seja amplamente fiscalizado e embasado por um marco regulatório robusto. Alckmin defendeu inclusive a privatização da Petrobras, com a ressalva de que "é preciso discutir a modelagem" do negócio.
Alckmin foi questionado no programa sobre como seria sua postura diante do tema privatização durante as eleições e em um eventual mandato como presidente. Os entrevistados lembraram da campanha de 2006, em que Alckmin se posicionou contra a privatização de estatais. Em resposta, o governador de São Paulo disse que ele não se posicionou contra, mas combateu o que ele chamou de mentira de seu então adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Meu adversário naquela época, o Lula, disse que eu iria privatizar o Banco do Brasil. Não iria e nem irei. Mas apoio a privatização em alguns momentos porque o Estado não tem de ser empresário", defendeu.
Segundo Alckmin, tudo que puder ser feito pelo setor privado, o governo não deve interferir, dando lugar a privatizações, concessões e parcerias público-privadas (PPPs). O papel do Estado seria fundamental na fiscalização e na elaboração de um marco regulatório. Como exemplo, ele relembrou reportagens veiculadas neste ano que apontaram que concessionárias de rodovias aumentaram pedágios, mesmo sem cumprir contratos e entregar obras. "As PPPs são boas ou ruins? Depende. Se tiver um marco regulatório e fiscalização, são boas", argumentou, reforçando que essas parcerias são formas de trazer investimentos para o País e gerar empregos.