Politica

Ex-deputado é condenado a 9 anos e 4 meses por homicídio com dolo eventual

Carli Filho (sem partido) estaria dirigindo embriagado e em alta velocidade quando ocorreu a colisão que matou dois jovens

Bruno Santa Rita*
postado em 28/02/2018 18:44
O ex-deputado Luiz Fernando Ribas Carli Filho (sem partido) foi condenado nesta quarta-feira (28/2) a 9 anos e 4 meses de prisão em regime fechado sob a acusação de duplo homicídio com dolo eventual pelo Tribunal do Júri de Curitiba . A sentença foi decidida pelo júri popular que optou pela versão em que Carli Filho estaria dirigindo embriagado e em alta velocidade quando ocorreu a colisão que matou Gilmar Yared e Carlos Murilo de Almeida, no ano de 2009. O ex-deputado também estava com a carteira de motorista vencida na época. Mesmo com a sentença definindo regime fechado, o ex-deputado poderá recorrer em liberdade por não oferecer risco de fuga, não ter infrações penais e ter endereço fixo.

No primeiro dia de julgamento foram ouvidas seis testemunhas de acusação e de defesa, além do próprio deputado. Quando se tem a tese de dolo eventual, o julgamento é direcionado ao júri popular. Hoje, após o debate das partes, os jurados se reuniram para partilhar a decisão do Conselho de Sentença que, por fim, foi proclamada pelo juiz Daniel Avellar. A denúncia foi feita pelo Ministério Público do Paraná (MPPR). Segundo nota publicada no site do MPPR, ;O MPPR sustenta a ocorrência de duplo homicídio com dolo eventual, ou seja, que o ex-deputado assumiu o risco de matar, ao dirigir em alta velocidade e após ingerir bebida alcoólica. Além disso, o MPPR acusa Carli Filho de violar a proibição de dirigir, já que ele estava com a carteira de habilitação suspensa no momento do acidente por excesso de multas e pontos;.

Durante o julgamenteo, o MPPR manteve seu posicionamento a respeito da falta de condições do parlamentar de conduzir um carro no dia do acidente. ;A partir do momento em que ele faz tudo isso, assume o risco de matar. Quanto maiores as circunstâncias, maior a culpabilidade, a responsabilidade do acusado: ele dirigiu sem habilitação, bebeu, foi advertido para não dirigir e trafegou em alta velocidade;, ressaltaram os promotores durante o júri.

O histórico do parlamentar apresentava 130 pontos na carteira de motorista, sendo parte desses pontos provenientes de 30 multas, 22 delas por excesso de velocidade. Isso inviabilizaria a sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Porém, mesmo nessas condições, as investigações da época apontaram que Carli Filho havia ignorado avisos para não dirigir no dia e pilotou a uma velocidade aproximada de 170 km/h, quando atingiu o carro dos jovens falecidos.

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