Paulo de Tarso Lyra
postado em 07/03/2018 15:55
O ministro da defesa Raul Jungmann afirmou, nesta quarta-feira (7/3), após a reunião com presidentes de capitais que vai procurar direções do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, do Banco do Nordeste para pedir ajuda no financiamento de ações na área de segurança pública.
[SAIBAMAIS]Durante o encontro no Palácio do Planalto foi confirmada a disponibilização de R$ 10 bilhões para os prefeitos. Esses recusos estão dentro do pacote de R$ 42 bilhões provenientes do BNDES anunciados semana passada pelo presidente Michel Temer, após o encontro dos governadores. Jungmann anunciou ainda que a liberação de R$ 6 milhões para atividades de combate ao crime organizado e a violência contra a mulher. "Esses são recursos próprios da minha pasta e serão remanejados para esse fim", disse o ministro.
Jungmann confirmou que estará na sexta-feira (9/3) participando da reunião do conselho de administração do BNDES para agilizar a liberação do financiamento. "Também estarei reunido até o fim da semana com o presidente da CNBB, na primeira rodada de conversa com representantes da sociedade civil". Jungmann classificou o encontro desta quarta-feira como histórico, porque segundo ele pela primeira vez os prefeitos foram incluídos no debate sobre segurança pública. "80% dos brasileiros moram em cidades e os prefeitos ficavam fora desse debate sobre segurança", disse Jungmann.
Jungmann também rebateu as críticas feitas pelo alto comissário da ONU em relação a intervenção no Rio de Janeiro. O diplomata afirmou que está havendo uma tentativa de salvo conduto e anistia para ações de militares no Rio. "Tivemos onze GLO;S e quero que esse senhor me aponte em algum deles se houve algum problema em relação aos direitos humanos. Quanto a questão da anistia, não vejo nenhuma tentativa dos militares nesse sentido e tambén não vejo nenhuma ameaça aos direitos humanos nas ações promovidas no Rio de Janeiro".
Má administração
O prefeito do Rio, Marcelo Crivella reconheceu que estados e municipios estão com dificuldades para investir em segurança pública. Este foi inclusive um dos questionamentos levantados dos prefeitos no encontro desta tarde de terça. "O tribunal de contas da união (TCU) alterou as regras para análise de testes para prefeituras e governos estaduais, não aceitando mais, como garantia, os impostos recebíveis no futuro", lamentou ele.
Segundo Crivella, essa medida somada a alteração na avaliação na nota de crédito dos estados do ministro da fazenda complicou a vida dos administradores. "Eles alegam que no passado foram concedidos os empréstimos e feitos os investimentos de maneira desorneada, além disso ocorreram diversos atos de corrupção, mas não é justo punir os atuais administradores por erros cometidos por administrações anterior". Segundo Crivela, o que pode ser feito é buscar garantias mais sólidas para os empréstimos que forem concedidos futuramente.