A agenda de segurança pública é uma prioridade não apenas para o Executivo federal, mas, também, para o Judiciário. A prova disso é que, neste sábado (10/3), a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Carmen Lúcia, recebeu na própria casa o presidente Michel Temer, para discutir o tema. Sobretudo a intervenção federal no Rio de Janeiro e a situação dos presídios brasileiros.
O encontro já estava agendado. Foi marcado por Temer na quinta-feira (8), durante seminário de 25 anos da Advocacia-Geral da União (AGU). A pauta de segurança tem aproximado mais Temer e Carmen Lúcia. Em 1; de março, os dois se reuniram no Palácio do Planalto para, junto com governadores e os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado Federal, Eunício Oliveira (DEM-CE), discutirem ações conjuntas e coordenadas entre os três poderes para combater a violência.
À época, Carmen Lúcia se comprometeu em entregar até maio o Cadastro Nacional de Presos. É um banco de dados de monitoramento que fornecerá dados como quem está preso, por qual motivo, sob qual determinação judicial, e onde se encontra. O sistema interessou Temer, que procurou conversar mais sobre o assunto com a magistrada, além de discutir sobre a intervenção na segurança pública no Rio.
O monitoramento de detentos será útil para evitar o engessamento das ações integradas das forças de segurança pública entre o Executivo federal e as unidades da Federação. A magistrada declarou na época que não é incomum juízes decretarem a prisão de alguém que, sem saberem, já está preso. É uma situação que dificulta e não garante produtividade no cumprimento dos mandados judiciais.
A visita de Temer à ministra também é encarada por pessoas próximas do emedebista como um gesto de aproximação à Suprema Corte. Nos últimos dias, duas decisões de ministros do STF colocaram o emedebista em saia justa. Edson Fachin inseriu Temer no inquérito que investiga um suposto recebimento de propina da Odebrecht em troca de favorecimento em concessões no setor aéreo. Já Luís Roberto Barroso quebrou o sigilo bancário do presidente e ainda determinou que a Polícia Federal investigue o vazamento da decisão.
Investidores
O presidente também se reuniu neste sábado com auxiliares. No Palácio do Jaburu, ele recebeu os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e da Secretaria-Geral da Presidência da República, Moreira Franco. O chefe da equipe econômica chegou hoje de Nova York, onde reuniu-se com investidores para falar sobre o programa de concessões do Brasil.
Neste domingo (11/3), o emedebista dará continuidade à agenda política. Ele embarca pela manhã ao Chile, onde acompanhará a posse do presidente eleito do país, Sebastián Piñera.