Rosana Hessel
postado em 21/03/2018 16:14
Um dia após sinalizar que será candidato à reeleição, o presidente Michel Temer aproveitou a 47; reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o chamado Conselhão, para fazer autoelogios ao seu governo não somente na área econômica, que dá sinais de recuperação, mas também na segurança pública. Para ele, o seu governo é o da ;transição do populismo para a responsabilidade;.
Temer ainda afirmou que a intervenção federal no Rio de Janeiro como ;um ato de ousadia; de seu governo e citou as reformas que realizou graças ao diálogo, como a trabalhista e a do ensino médio. Ele também citou dados da recuperação da economia, como a queda dos juros, de 14,25% para 6,75% e da inflação de dois dígitos para 2,7% desde a sua posse. ;Apesar de todas as conquistas que brevemente relatei, o fato é que um governo de dois anos. De transição do Brasil da recessão para o Brasil do crescimento. De transição do desemprego para novos postos de trabalho. De transição do populismo para a responsabilidade;, afirmou Temer nesta quarta-feira (21/03).
O presidente, no entanto, reconheceu que, como houve problemas no ano passado e neste ano, como é um ano eleitoral, ;será mais difícil votar a reforma da Previdência;. Na sequência, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, fez um balanço da recuperação da economia e cometeu um ato falho sobre a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano e falou de 3,5%, e logo em seguida corrigiu para 3%. Resta saber se essa não será a nova previsão para a expansão da economia do governo, que divulgará os parâmetros macroeconômicos com a publicação do relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas, amanhã à tarde.
O chefe da equipe econômica de Temer apresentou dados de retomada da economia e reforçou que o país recuperou o curso do crescimento devido às profundas mudanças na economia e na estrutura de funcionamento do país. Para ele, o momento atual é o que o país não só saiu da maior crise da história, ;mas também construiu a base para crescer mais nos próximos anos;. ;Não duvido que o país possa crescer 3% a 4% nos próximos anos anualmente, em média;, garantiu Meirelles.
Aço
O presidente contou aos conselheiros que a Casa Branca declarou que o Brasil é uma das nações com as quais serão iniciadas negociações para a aplicação das exceções da sobretaxa de 25% nas importações de aço e de 10% nas do alumínio. ;As novas tarifas não se aplicarão enquanto estaremos discutindo sobre o tema;, garantiu Temer. O presidente esteve reunido ontem com empresários do setor do aço que pediram para Temer intervir para que os Estados Unidos recue da decisão.
Meirelles elogiou a decisão da Casa Branca anunciada por Temer e contou que, ontem, quando esteve em Buenos Aires, também conversou com o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, que ficou de levar o pleito do Brasil sobre a isenção da sobretaxa para os parceiros porque haverá impactos inflacionários dentro dos EUA.
Intervenção
Temer ainda garantiu o aporte de R$ 1 bilhão da União para a operação comandada pelo general do Exército Walter Souza Braga Neto. Segundo o chefe do Executivo, esse número foi esclarecido porque a União não pode pagar despesas como alimentação, materiais, salários que são da competência do Estado e compõem os R$ 3 bilhões do passivo da segurança pública do Rio.
;O que há é consonância entre o que o interventor solicitou e o que o governo federal está fazendo;, afirmou Temer, acrescentando que o governo não vai ficar apenas atento à questão do Rio. ;Tomamos a segurança pública como um todo e criamos um ministério extraordinário da segurança pública para a integração e coordenação dessa área em todo o país. A minha experiência permite dizer que esse tema jamais seria acolhido pelo governo federal;, afirmou. ;Não pouparemos esforços para trazer tranquilidade às nossas cidades;, completou.