Politica

Fase de número 50 da Lava-Jato mira em contratos da Transpetro

MPF aponta propina de R$ 2 milhões a ex-gerente

Agência Estado
postado em 23/03/2018 07:26
As investigações relataram o pagamento de propinas ao ex-gerente da Transpetro
O Ministério Público Federal, em Curitiba, aponta que o alvo da Operação Sothis II, fase 50 da Lava-Jato, é a empresa do ramo de engenharia Meta Manutenção e Instalações Industriais Ltda. A companhia é suspeita de pagar propinas de R$ 2,32 milhões em benefício do ex-gerente da Transpetro José Antônio de Jesus, que está preso preventivamente em Curitiba.

A partir de pedidos formulados pelo Ministério Público Federal (MPF) e que foram deferidos pela 13; Vara Federal de Curitiba, a Polícia Federal está cumprindo nesta sexta-feira (23/3) três mandados de busca e apreensão na Sothis II. As medidas estão sendo cumpridas nos Estados de São Paulo e Bahia - e são um complemento da 47; fase, deflagrada em novembro do ano passado.

Segundo a Procuradoria da República, as investigações tiveram início com a colaboração premiada de executivos da NM Engenharia, que relataram o pagamento de propinas ao ex-gerente da Transpetro, derivadas de contratos celebrados com a estatal. A partir daí e após a realização de diversas diligências investigatórias, foi deflagrada a 47; fase da Lava-Jato, ocasião em que foram realizadas buscas e apreensões e conduções coercitivas. Na época foi relatada por um dos investigados a existência de outros pagamentos indevidos em favor de José Antônio de Jesus, especialmente provenientes da empresa Meta.

Com base nas informações angariadas na 47; fase foram realizadas novas medidas de investigação, como quebras de sigilo bancário, fiscal, telemático e de registros telefônicos, as quais revelaram a existência de transações bancárias entre a Meta Manutenção e uma empresa vinculada a José Antônio de Jesus, sendo apuradas diversas transferências, entre os anos de 2009 e 2011, que somaram a quantia de R$ 2.325.000,00.

As provas colhidas até o momento indicam ainda que, logo após as transferências dos recursos pela Meta Manutenção, familiares de José Antônio de Jesus foram favorecidos com operações bancárias diretas da empresa vinculada ao ex-gerente da Transpetro, evidenciando que foi utilizada apenas para esconder a origem ilícita dos valores.

As buscas e apreensões cumpridas nesta Sexta-feira têm por objetivo a colheita de material probatório que possa auxiliar a conclusão das investigações.

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