Politica

PEC do teto dos gastos 'é estupidez', diz Ciro na Inglaterra

Ciro comentou que há uma alta concentração bancária no País, dividida entre apenas cinco bancos

Agência Estado
postado em 27/03/2018 13:22
Sobre a ex-presidente Dilma Rousseff, Ciro Gomes diz que não faz bom juízo do seu governo, mas acredita que ela é uma pessoa honrada
O Brasil está parado, sofrendo sequelas da paralisia econômica e proibido de crescer por três razões, na avaliação do pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes. A primeira, segundo ele, é que houve uma explosão do endividamento das famílias e das empresas. "Há um nível inédito de inadimplência do setor privado. O mercado não resolve, nunca houve essa capacidade", defendeu, durante palestra na Universidade de Sussex, em Falmer, a cerca de 70 quilômetros ao Sul de Londres, organizada pelo Sussex Brazil Group.

Nesse contexto, Ciro comentou que há uma alta concentração bancária no País, dividida entre apenas cinco bancos: três privados (Santander, Bradesco e Itaú) e dois públicos (Banco do Brasil e Caixa), responsáveis por 83% da movimentação das operações financeiras.

O segundo ponto, de acordo com Ciro, é que há um colapso fiscal no País "sem precedentes". O custeio, portanto, está comprometido, segundo ele, por causa "do que o golpe impôs", referindo-se à aprovação da aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) no governo de Michel Temer, que coloca um teto para o crescimento dos gastos públicos pelos próximos 20 anos. "A PEC (do teto dos gastos) é estupidez e vamos começar a assistir a selvagerias", disse, argumentando que não houve debate sobre o tema com a população e que milhões de pessoas ficarão sem escola por causa disso no futuro.

O terceiro tema apontado pelo candidato é o que chamou de matriz de consumo que gera desequilíbrios na conta corrente. Para ele, foram produzidos no País em alguns períodos ciclos de consumo que geraram felicidade para a população, mas que foram inconsistentes.

Ciro salienta que, o Brasil não produz, mas é consumidor de produtos e serviços de última geração, seja na área de tecnologia ou da indústria química ou farmacêutica, por exemplo. Isso, argumenta, leva a um impacto sobre câmbio.

"Eu vi um truque sendo feito, e nem quero duvidar da boa fé", disse, salientando a escolha de alguns governantes pelo tripé macroeconômico, de câmbio flutuante, meta de inflação e melhora fiscal. "Neste ponto, o crescimento econômico se torna um efeito colateral, se possível", observou. Ele disse também durante a palestra que não vê a iniciativa privada como uma abominação, mas que é preciso entender que não dá para remendar o sistema.

Sobre a ex-presidente Dilma Rousseff, Ciro Gomes diz que não faz bom juízo do seu governo, mas acredita que ela é uma pessoa honrada.

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