Politica

Estudo: mulheres comandarão metade dos governos estaduais apenas em 2065

A conclusão é de um estudo feito pelo Projeto Mulheres Inspiradoras (PMI). De acordo com a pesquisa, a igualdade de gênero para o cargo de prefeito deve vir apenas em 2038

Agência Estado
postado em 28/03/2018 12:45
A julgar pela velocidade com que a representação feminina em cargos do Poder Executivo no Brasil evolui desde o início da década de 1990, o Brasil deve atingir a igualdade de gênero para o cargo de governador apenas em 2065. A conclusão é de um estudo feito pelo Projeto Mulheres Inspiradoras (PMI). De acordo com a pesquisa, a igualdade de gênero para o cargo de prefeito deve vir apenas em 2038.

Os resultados do levantamento, que será divulgado nesta quinta-feira (29/3) mas que teve parte de seu conteúdo antecipado ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, foram obtidos a partir de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desde 1992, mas fazem parte de um universo maior de informações coletadas no Brasil e no mundo.

Com base nesse levantamento, o estudo criou um ranking de presença feminina no Poder Executivo para o ano de 2018 - levando em conta também informações como o número de ministras mulheres e o número de habitantes governados por Estados chefiados por mulheres. Nele, o Brasil ficou na 161; posição de 186 nações, com uma pontuação (0,004) abaixo não só da média das Américas (0,170), mas também do Oriente Médio e Norte da África (0,011). A Nova Zelândia, melhor colocada neste ranking, pontuou 0,831.

"Nas últimas eleições, elegemos apenas uma governadora (Suely Campos, do PP, em Roraima). Com o atual ritmo médio de crescimento, vamos levar quase 50 anos para que as mulheres ocupem metade das cadeiras de governo. Isto é assustador", disse a diretora-executiva do PMI, Marlene Campos Machado, que também é presidente do PTB Mulher.

Na opinião de Marlene, uma das formas de acelerar esse processo tem que vir dos partidos. "Essa mudança precisa ser estrutural. Temos que dar condições para que as mulheres possam ter maior participação no comando dos partidos, participar da Executiva. E não só isso, também incentivar a presença da novas militantes, motivar para que novas lideranças femininas venham fazer parte dos partidos políticos", disse.

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