Deborah Fortuna
postado em 03/04/2018 18:46
Debaixo de chuva, com cartazes, bandeiras e vestidos com a camisa da Seleção Brasileira, manifestantes a favor da condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ocuparam o gramado em frente ao Congresso Nacional, nesta terça-feira (3/4). O protesto é uma forma de incentivar o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), que ocorrerá nesta quarta-feira (4/4), e que vai definir a prisão de condenados em segunda instância. Segundo a Polícia Militar, 1.500 manifestantes participaram do protesto.
O grupo cantou músicas para demonstrar descontentamento com a situação política atual, e entoou gritos de ordem pedindo a prisão de Lula. Durante o protesto, os organizadores imitaram a voz do ex-presidente, em cima do carro de som, fingindo um discurso, enquanto o público vaiava a figura. Eles também vaiaram o ministro Gilmar Mendes, e outros políticos que consideram corruptos.
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"Vão pra Cuba", completou o animador no carro de som. O juiz Sérgio Moro foi a única personalidade aplaudida por unanimidade. "Não temos corruptos de estimação", gritou outro animador ao lembrar de outros nomes como Romero Jucá (MDB-RR) e Aécio Neves (PSDB-MG).
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A professora aposentada Teresinha Alves Pereira, 70 anos, chegou cedo, carregando a bandeira do país enquanto gritava palavras de ordem. Ela, que acompanha as manifestações desde o impeachment, disse que sempre vai lutar por melhorias no país. "Pode chover canivete. O Brasil tem que sair disso e se livrar dos corruptos. É um país maravilhoso que não merece esses políticos", disse.
Já para o auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), Régis Machado, 37 anos, o brasileiro tem estado mais consciente com as decisões políticas desde o impeachment, e as manifestações que ocorrem pela Esplanada, mostram isso. "Ainda estamos longe, mas já é melhor do que era antes, e as redes sociais contribuem para isso", comentou. Para ele, o julgamento do STF é muito maior do que apenas lutar pelo habeas corpus do ex-presidente. "O PT não enxerga isso. O que está em jogo não é só o caso de Lula, mas a segunda instância. É muito maior. Há uma cultura de impunidade, você não pode chegar e desandar essa determinação por causa de uma questão política", argumentou.