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Após fala de general, chefes dos três Poderes defendem a democracia

Os presidentes da República, do STF e do Congresso fizeram a defesa da Constituição, da democracia e da autonomia da Justiça no País

, Villas Bôas disse que o Exército compartilha o "anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição". O texto saiu na véspera do julgamento do habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Supremo. Em nota, o Exército informou nesta quarta que o general Eduardo Villas Bôas "é a autoridade responsável por expressar o posicionamento institucional da Força".

Uma referência direta por parte de Temer ao papel das Forças Armadas - mas não à fala de Villas Bôas - veio à tarde. Em reunião aberta dos conselhos da Sudam, Sudene e Sudeco, Temer defendeu o uso de tropas para ações de segurança nos Estados, como já acontece hoje no Rio de Janeiro, e disse que a criação do Ministério da Segurança era um pleito antigo que nunca havia sido atendido.

Cármen Lúcia

A presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, também usou tom semelhante ao defender o trabalho da Corte e dizer que ela cumpre de "maneira independente e soberana" um papel "insubstituível na democracia".

"Declaro aberta a presente sessão ordinária do Supremo Tribunal Federal do Brasil, responsável pela guarda da Constituição e que atua no seu cumprimento de maneira independente e soberana", disse Cármen, ao iniciar o julgamento do habeas corpus de Lula.

Usualmente, Cármen inicia os trabalhos mencionando os processos para julgamento, sem fazer qualquer pronunciamento. A fala desta quarta foi entendida na Corte como uma reação aos comentários do comandante do Exército, embora ela também não tenha se referido diretamente ao episódio.

;Sem atalhos;

No Congresso, também houve apelos a favor da garantia da Constituição e da democracia. O presidente do Congresso e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), usou sua conta pessoal no Twitter para pregar "serenidade".

"Nos momentos de tensão social e política, a missão dos líderes que têm responsabilidade institucional é transmitir serenidade à população. É garantir que a Constituição, as leis e a democracia serão respeitadas. Esse é o melhor caminho para o Brasil, sem atalhos."

O único a se referir ao comandante do Exército foi o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para quem Villas Bôas "não teve cuidado". "O ideal é que os comandantes, respeitado a hierarquia, tivessem um cuidado maior." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.