Mesmo a poucos meses das eleições de outubro deste ano, o governo do presidente Michel Temer continua com baixa popularidade: apenas 5% dos brasileiros o avaliam como bom ou ótimo. O dado da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o Ibope foi divulgado nesta quinta-feira (5/4). Apesar de o número ser baixo, ele ainda representa uma queda de um ponto percentual em relação ao último levantamento, realizado em dezembro do ano passado.
A pesquisa ouviu mais de duas mil pessoas em 126 municípios entre 22 e 25 de março. Ela mostra que 91% dos entrevistados desaprovam a maneira de governar do presidente, e 92% não confiam em Temer. Em comparação ao último mês de 2017, o percentual dos que avaliam o governo como ruim ou péssimo também teve uma queda: esse número oscila de 74% para 72%. Porém, ante setembro de 2017, considerado pior momento do governo Temer, o percentual acumula queda de cinco pontos percentuais.
Para o gerente de Pesquisa de Competitividade da CNI, Roberto Fonseca, mesmo com as notícias de melhora na economia, a população não tem percebido uma mudança. ;Eles ainda não estão vendo a queda da inflação, mesmo que isso esteja sendo noticiado. Essas notícias de melhorias foram perturbadas no fim do ano passado pelo aumento da gasolina, aumento do gás de cozinha, e os preços continuam altos. O governo não consegue capturar os benefícios da melhora da economia;, comentou Fonseca.
A percepção sobre as nove áreas de atuação do governo, como por exemplo, meio ambiente, educação, combate à inflação, também se mantiveram inalterados, em comparação ao último levantamento. No entanto, a parte de segurança pública teve a variação mais sensível. O percentual dos que aprovam as ações e políticas do governo oscilou de 11% para 14%, e dos que desaprovam a medida caiu de 86% para 84%. A melhora mais significativa para este tema foi registrada na região Nordeste. Entre os nordestinos, a aprovação da segurança pública subiu 7 pontos percentuais. ;Embora no Brasil, como um todo, praticamente não ter havido variação, na região nordeste houve uma mudança mais significativa. Temos uma queda de 84% para 77% que avalia como ruim ou péssimo, e um aumento de 11% para 16% para quem o avalia como regular;, explicou o gerente de pesquisa.
Apesar da aprovação ter subido na área da segurança pública, essa continua sendo a região com maior rejeição do presidente. ;É a região que o Temer tem a pior popularidade;, afirmou Fonseca. No ranking, a segunda região que teve maior aumento de aprovação no tema foi a Sul, com aumento de seis pontos percentuais. Entre as outras áreas do governo, a que tem o maior percentual de reprovação é a de impostos, com 90%, em seguida a taxa de juros, com 85%, e depois a saúde, com 87%.
O estudo também questionou as notícias que envolveram o presidente Michel Temer nos últimos meses. Para 51% dos entrevistados, as últimas informações sobre o governo em noticiários têm sido mais desfavoráveis, ante aos 56% que tiveram essa mesma percepção em dezembro do ano passado. Sendo que, desse dado, as notícias de corrupção continuam sendo destaque para a maior parte: 19% citou, pelo menos, uma notícia relacionada a casos de corrupção. A Operação Lava-Jato é lembrada por 4% dos entrevistados, intervenção federal por 5%, e reforma da previdência por 5%. ;Em relação às notícias, aquele momento de setembro (de 2017) foi o pior momento. Ali você tem 68% achando que as notícias são mais desfavoráveis passando para 51% (março de 2018). Mas, dentre elas, corrupção continua no topo da lista;, afirmou Fonseca.
Além disso, mais da metade dos entrevistados (55%) consideram o governo Temer pior do que foi de Dilma Rousseff,l. Atrelados a isso, os brasileiros continuam pessimistas com o fim do governo do atual presidente até o fim do ano. O dado mostra que 67% acreditam que os próximos meses serão ruim ou péssimos. ;Mulheres são mais pessimista que os homens. Entre elas, 70% acham que o governo vai ser ruim ou péssimo, e esse percentual por homem é de 62%;, comentou.