Felipe Seffrin - Especial para o Correio
postado em 06/04/2018 15:47
Lideranças políticas da esquerda se alternam no microfone em um carro de som em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo (SP), onde está o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A militância espera por um discurso do próprio Lula.
Pré-candidatos à Presidência pelo PCdoB e pelo PSol, respectivamente, Manuela D;Ávila e Guilherme Boulos falaram no fim da tarde. "Não vamos arredar o pé. Vamos fazer uma vigília, ficaremos aqui gritando que a nossa luta é por lula e pelo povo brasileiro".
Boulos, por sua vez, chamou São Bernardo do Campo de "capital da resistência democrática". "Não estamos descumprindo ordem de ninguém. Quem rasgou a Constituição foi quem condenou sem prova, quem quis prender sem trânsito em julgado".
O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) reafirmou que Lula é inocente e que Moro determinou uma prisão ilegal. "Vai chegar a hora em que vamos ver Sérgio Moro e Michel Temer no banco de réus. Vamos voltar ao governo e acabar com o monopólio da Globo, fazer reforma agrária. Hoje é um dia histórico. Vamos ter orgulho de dizer, no futuro, que estávamos aqui", discursou.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) também lembrou o passado de lutas do sindicato da cidade paulista. "Esse sindicato já enfrentou lutas muito grandes e é aqui que ele (Lula) escolheu para ficar junto com o povo e a militância. Dizem que Lula afrontou a Justiça e desobeceu uma ordem judicial. Nós achamos que o presidente não teve seu recurso esgotado en todas as instâncias. Não queremos afrontar, mas também não vamos caminhar como gados pro matadouro."
Uma das mais aplaudidas foi a deputada federal Luiza Erundina (PSol-SP), que manteve o tom de Pimenta. "Lula está sendo vitima de uma perseguição política. Por que é nordestino. Não gostam da gente. O Lula veio pra São Paulo imigrando e teve coragem, ousadia para disputar o poder sindical e politico."
"O pau vai comer"
Um pouco antes, quem discursou foi Leci Brandão, do PCdoB: "Nossa luta sempre foi defender os menos favorecidos", disse, antes de acrescentar, inflamada: "Se os golpistas chegarem, o pau vai comer! Vamos enfrentar esse embate de qualquer jeito. Esse povo que está aqui tem o que os golpistas não têm: vergonha na cara".