Politica

Ministro liga para Cármen Lúcia em solidariedade após pichação

Sérgio Etchegoyen, do Gabinete de Segurança Institucional, ofereceu ajuda do governo federal para apurar os fatos

Agência Estado
postado em 07/04/2018 11:24
Após tomar conhecimento da pichação de vermelho ao prédio onde a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, tem um apartamento em Belo Horizonte, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, lhe telefonou para prestar solidariedade e apoio, oferecendo auxílio do governo federal até mesmo para apuração do que aconteceu. O governo considerou "lamentável" o ocorrido.

O Palácio do Planalto está preocupado com acirramento dos ânimos em diversas cidades do País por militantes que defendem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e estão protestando contra a decretação da sua prisão, provocando atos de vandalismo e incitando a violência. A maior preocupação do presidente Michel Temer, que está na noite de sexta-feira em Salvador, em cerimônia na Federação Comercial da Bahia, é com a possibilidade de confronto entre grupos rivais nas ruas. O governo está monitorando as manifestações para tentar evitar que elas fujam do controle.

Cármen Lúcia não estava no seu apartamento no momento do ataque, na tarde desta sexta-feira, embora, pelo menos uma vez por mês, ela costume passar ali seus fins de semana. Segundo apurou o Estado, a ministra, que pediu "serenidade" em pronunciamento por conta do julgamento do habeas corpus contra a prisão de Lula, ficou "assustada" com a agressão, que atingiu também o prédio do Ministério Público, em frente à sua residência.

A ministra mostrou-se preocupada com os demais moradores do prédio e com o aumento do acirramento dos ânimos em várias localidades. A avaliação é de que a pichação acabou sendo realizada por pessoas que estavam participando de atos em apoio à ex-presidente Dilma Rousseff, que hoje transferiu seu titulo para a capital mineira, para se candidatar às eleições de outubro.

A maior preocupação do governo é com a pregação à violência, que pode funcionar como uma bola de neve, espalhando atos de vandalismo pelo País, com fechamento de estradas, por exemplo como já aconteceu hoje, impedindo o direito de ir e vir das pessoas e levando ao confrontos entre grupos rivais. Apesar do estado de ânimo acirrado, o Exército não entrou de prontidão em São Paulo, onde a situação está mais tensa, já que Lula não cumpriu a determinação da Justiça de se entregar e vai passar mais uma noite no Sindicato dos Metalúrgicos, tentando liderar uma comoção nacional.

O comando das Forças Armadas entende que, não só em São Paulo, mas também em Curitiba, para onde Lula será levado após ser preso, as Polícias Militares têm uma boa estrutura e atuam com firmeza e presteza na contenção de distúrbios e controle da ordem.

A incitação à violência, não só pelas redes sociais, mas também em entrevistas e discursos espalhados pelo País, foi muito criticada por interlocutores do presidente, principalmente pelo fato de que não se viu o Ministério Público tomar nenhuma atitude para tentar questionar quem estava tirando o sossego da população e cometendo o crime de incentivar o vandalismo. A mesma crítica foi feita por militares. Eles se queixaram que foram alvos de todo tipo de agressão e declarações raivosas por conta do Twitter do comandante do Exército, general Villas Bôas, que, na visão deles, teria se limitado a defender o cumprimento da Constituição e repudiado a impunidade, embora tenha feito isso, na véspera do julgamento do habeas Corpus de Lula, sendo, por isso, acusado de estar pressionando o STF.

Diversas mensagens de WhatsApp circularam entre militares mostrando, entre outros vídeos e notícias, o líder do MST, José Rainha, pregando a guerra civil. Para os oficiais, este tipo de atitude teria de levar os seus responsáveis a responder criminalmente por este ato.

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