Agência Estado
postado em 12/04/2018 09:38
Carlos Alberto Bettoni, que foi hospitalizado após ser agredido na quinta-feira passada (5/4) em frente ao Instituto Lula, na zona sul de São Paulo, permanece hospitalizado. Levado ao hospital São Camilo, no Ipiranga, Bettoni foi diagnosticado com traumatismo craniano. Desde então, tem tomado medicamentos - que o deixam meio inconsciente - e recebido acompanhamento de um psiquiatra, que tem feito um trabalho de reconstituição do caso. Três pessoas foram indiciadas pela agressão.
[SAIBAMAIS]Ele parece lembrar bem do momento da confusão, mas, sem assistir TV, não tem noção das proporções que a história tomou. Um padre também tem passado no quarto para falar com o administrador. Segundo o boletim médico dessa quarta-feira (11/4), Bettoni está na UTI com quadro estável e não tem previsão de alta.
Com os amigos e familiares, ele não fala muito sobre . Prefere conversar sobre amenidades - piadas têm sido frequentes. A esposa do administrador, Terezinha Quaresma, disse que o marido não lhe contou sobre a hipótese aventada por que estava no local - de que ele xingou o senador Lindbergh Farias e deu início ao tumulto. "Você sabe como é mulher, né? Se tivesse me falado, eu teria perguntado: ;Nossa, mas por que você fez isso?;", afirmou ela.
Bettoni, segundo a família, não é fanático por política. Sem preferência partidária, ainda não escolheu um candidato preferido para as eleições deste ano. "Ele é anti-PT, sempre foi Neste momento, não só ele, mas todo o Brasil, está com essa sede de punição dos políticos. Principalmente quem é empresário e paga imposto. Você vê seu dinheiro indo para o ralo", diz a esposa. Os dois votaram em Aécio Neves, do PSDB, em 2014. "Para barrar o PT."
Uma amiga da família, que voltava de Miami no dia da confusão e seria buscada pelo casal no aeroporto, tem ajudado Terezinha a cuidar de Bettoni no hospital. Segundo ela, o administrador lembra de três homens partindo para cima dele naquela noite.
Em uma foto tirada na terça-feira (10/4) - que a família pediu para não ser divulgada -, o administrador aparece sem camisa e com touca e faixas na cabeça deitado no hospital. Aparenta estar consciente. Com um leve sorriso no rosto, segura uma caixinha de suco de uva, que lhe é entregue todas as manhãs junto com um sanduíche e uma gelatina. Ele só come o pão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Sindicalista vai ser indiciado
A Polícia Civil vai indiciar, nesta sexta-feira (13/4), o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulo Caires, conhecido como Paulão. Ele é o terceiro indiciado pela agressão. O ex-vereador de Diadema Manoel Eduardo Marinho, o Maninho do PT, e seu filho, Leandro Eduardo Marinho, já foram indiciados no caso.
Maninho e o filho foram filmados por reportagem da TV Globo empurrando Bettoni várias vezes, até o empresário cair na rua e bater com a cabeça no para-choque de um caminhão, em frente ao Instituto Lula.
Na ocasião, Bettoni discutiu com apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por causa do pedido de prisão do petista. Maninho foi quem deu o último empurrão em Bettoni, antes do choque com o caminhão que passava na rua. "As filmagens falam por si", disse o delegado responsável pelo caso, Wilson Zampieri. Paulão aparece no vídeo chutando a vítima.
Os indiciados vão responder por lesão corporal dolosa grave, que pode resultar em pena de um a cinco anos de prisão. O delegado afirmou que o caso deve ser concluído nesta sexta, com o depoimento de Paulão. "A dinâmica e os atores nós já temos. Depois do indiciamento, está fechado", explicou. A previsão da delegacia é de que o inquérito esteja nas mãos da Justiça até a próxima terça-feira (17/4).
Bettoni saía do podólogo no Ipiranga, na zona sul de São Paulo, mesmo bairro do Instituto Lula. Crítico ao ex-presidente, resolveu passar na porta do prédio, onde quadros do PT se reuniam, e observar a movimentação.
Lá, ao encontrar um grupo de manifestantes que protestavam contra o ex-presidente, teria xingado políticos como o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), o que provocou reação dos petistas que estavam no local.
Defesas
A assessoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC não respondeu aos contatos da reportagem - que também tentou ligar para o celular de Maninho. O aparelho permaneceu desligado. Na ocasião do indiciamento, a defesa de Maninho e de seu filho Leandro lamentou o episódio no Instituto Lula e disse ter se tratado de uma "fatalidade". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.