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Bolsonaro defende exploração de terras indígenas, em visita a Roraima

As declarações foram feitas em um discurso para cerca de 300 pessoas, após o final de uma carreata, no centro de Boa Vista


O pré-candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, defendeu a exploração de terras indígenas e, novamente, a criação de campos de refugiados para venezuelanos, em vista à Boa Vista, capital de Roraima, nesta quinta-feira, 12/4. Os dois temas são considerados uns dos mais emblemáticos no Estado, por conta da terra indígena Raposa Serra do Sol e da migração de venezuelanos, que já somam 40 mil em Boa Vista, que tem cerca de 330 mil habitantes. As declarações foram feitas em um discurso para cerca de 300 pessoas, após o final de uma carreata, no centro de Boa Vista.

[SAIBAMAIS]De cima de um carro de som composto, em sua maioria, por candidatos e empresários, Bolsonaro disse que o índio deve ter direito de explorar a sua terra e que, se isso não for feito, "outras potências poderão transformar essas áreas em suas". "Por que, no Brasil, o nosso índio tem que ficar confinado num pedaço de terra? Aquele pedaço de terra é dele? É. Alguém quer tomar? Não. Mas ele tem que ter o direito de explorar a sua terra, até mesmo se quiser vender uma parte dela, que o faça, para o seu bem, para o bem de sua geração. Não podemos aceitar essa política separatista entre nós", disse.

O deputado federal também afirmou que "hoje, uma área maior que a Região Sudeste está demarcada como terra indígena". "Isso tudo nos leva a uma preocupação dessas grandes áreas riquíssimas, e cada vez mais isoladas. Os índios são nossos irmãos, nossos antepassados, mas mais cedo ou mais tarde outras potências poderão transformar essa áreas", disse.

Patriota


Após repetir pelo menos três vezes que o futuro presidente do Brasil deveria ser "patriota e clemente a Deus", Bolsonaro voltou a defender a criação de campos de refugiados para venezuelanos e foi aplaudido pelos presentes. "Campo de refugiados é uma coisa normal e legal que acontece em qualquer país do mundo. Nós temos que ter um presidente que pense nesse momento. Os venezuelanos são nossos irmãos que estão fugindo da fome e da ditadura defendida pelo PT. Tem tido problema para nós, sim, mas parte do governo federal a busca pela solução", afirmou.

A carreata, feita em estilo de campanha, teve pouca adesão, até Bolsonaro chegar ao centro, onde um grupo de cerca de 300 pessoas o aguardava. Pelo menos três jingles que exaltavam Bolsonaro, um deles em espanhol, serviram de trilha sonora durante o percurso da carreata. O presidenciável abriu seu discurso dizendo que era "um apaixonado por Roraima". Ele desembarcou no aeroporto da cidade por volta das 13h20 e foi recebido por simpatizantes e um forte aparato policial e chegou a ser levantado no colo. Ele passou o dia todo na cidade, acompanhado de seu filho, o também deputado federal Eduardo Bolsonaro. À noite, ele pretende visitar um abrigo para venezuelanos.