Politica

Para Aécio, decisão do STF "já era esperada"

Senador tucano afirmou que agora, terá a oportunidade de se defender

Rosana Hessel
postado em 17/04/2018 17:48
Aécio Neves sentado
Pouco depois de se tornar réu pela primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (17/04) o senador Aécio Neves chegou ao Plenário do Senado Federal e fez uma declaração de pouco mais de dois minutos afirmando que recebeu a decisão ;com absoluta tranquilidade;, porque ;já era esperada;.

;Eu recebo hoje com absoluta tranquilidade a decisão da primeira turma do supremo tribunal federal, até porque já era esperada. E agora eu terei a oportunidade que eu não tive até aqui, de provar, de forma clara e definitiva a absoluta correção dos meus atos;, afirmou ele, durante uma declaração de breve à imprensa no Senado Federal pouco depois da decisão ter sido proferida, mas acompanhou a votação dos ministros do STF fora do Congresso Nacional. ;Estou sendo processado agora por ter aceito um empréstimo de um empresário, portanto, recursos privados, de origem lícita, para pagar meus advogados;, declarou. Ele acrescentou que ;não houve dinheiro público envolvido;. ;Ninguém foi lesado nessa operação. O que houve, foi uma gravíssima ilegalidade. No momento em que esses empresários, réus confessos de inúmeros crimes associados a membros do ministério publico, o que é mais grave, tentam dar a impressão de alguma ilegalidade em toda essa operação, repito, privada, para se verem livres dos inúmeros crimes que cometeram;, destacou.

Na avaliação do senador tucano, agora ele terá a oportunidade de se defender e reafirmou que está sendo acusado por seus votos e opiniões. ;O tempo agora me permitirá, de forma serena, de forma absolutamente tranquila, provar absoluta correção dos meus atos e é isso que farei em respeito a uma história honrada de mais de 32 anos de vida pública, em respeito à minha família e a tudo que eu espero ainda poder contribuir para que o Brasil melhore e que Minas Gerais avance;, completou.

Os parlamentares tucanos evitaram sair em defesa de Aécio Neves ou criticar a decisão do STF que acatou a denúncia contra ele de corrupção e obstrução da Justiça feita pela Procuradoria-Geral da República. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), um dos caciques da legenda, evitou comentar a decisão dos ministros do STF. ;Acho que Justiça é Justiça. O que a Justiça decidiu está decidido e não tem o que discutir, principalmente, o Supremo;, disse.

O primeiro vice-líder do bloco social democrata Senado, Ricardo Ferraço (PSDB-ES), avaliou que o Supremo julgou ;adequadamente; para que Neves possa se defender. ;Nenhum de nós está acima da lei. Todos nós podemos ser investigados e precisamos provar a nossa inocência. Acho que a decisão do SFT foi tecnicamente adequada e foi assim que concluiu os ministros do supremo tribunal federal;, afirmou ele, lembrando o senador continua no exercício do mandado. ;Ele apenas vai responder a uma denúncia feita pela Procuradoria-geral da República e o Supremo aceitou essa denúncia e que agora vai se dar com o devido processo legal;, disse. ;Ele continua no pleno exercício da sua atividade política parlamentar. É isso que determina a lei;, reforçou.

Leia a íntegra da nota do senador Aécio Neves:

"Recebo com serenidade a decisão da 1; Turma do STF, confiante de que, agora, haja espaço para a apresentação e avaliação das provas da defesa.

Estou sendo acusado tendo como base uma ardilosa armação de criminosos confessos, aliados a membros do Ministério Público, que construíram um enredo para aparentar que cometi alguma ilegalidade. Não cometi crime algum.

Minha prioridade será apresentar à Justiça todos os fatos que demonstram a absoluta correção dos meus atos e de meus familiares. Não tenho dúvida de que isso será demonstrado. A verdade há de prevalecer.

Não posso deixar de alertar que as denúncias que hoje a mim fazem foram construídas sobre sucessivas ilegalidades. É preciso que a Justiça reconheça em definitivo que não se pode considerar válidas denúncias originadas de um flagrante armado com o intuito de gerar impressão de crime, já que não há qualquer prova de que crime houve.

É preciso ainda esclarecer que a atividade parlamentar não pode ser criminalizada por aqueles que não concordam com opiniões e propostas apresentadas por deputados e senadores. E isso não em meu benefício, e sim em respeito à lei, à democracia. Não esmorecerei enquanto não provar minha inocência. Vou fazê-lo em respeito à minha vida pública, à minha família e aos milhares de brasileiros, e especialmente mineiros, que confiaram em mim durante 32 anos de mandatos consecutivos."

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